Publicada em 17/09/2022 às 09h26
Quirguistão e Tadjiquistão trocaram acusações neste sábado sobre a violação do cessar-fogo instaurado na véspera, após com combates violentos na fronteira entre os países da Ásia central.
Em um comunicado, a Guarda de Fronteira quirguiz afirma que o exército tadjique abriu fogo em quatro oportunidades durante a madrugada contra posições militares no Quirguistão.
Os incidentes aconteceram nas regiões quirguizes de Osh e Batken, sul do país. "Esperamos que os guardas de fronteira do Quirguistão e Tadjiquistão negociem", completa o comunicado.
A Guarda de Fronteira tadjique, citado pela agência oficial Jovar, afirmou que a situação na fronteira era "relativamente estável" durante a manhã.
Mas também acusou o exército quirguiz de ter violado o cessar-fogo. "Tiros foram disparados contra áreas de fronteira do Tadjiquistão, a partir das localidades de Samarkandek e de Koktosh, na região (quirguiz) de Batken", afirmou a Guarda tadjique.
"Também observamos que o exército quirguiz está mobilizando reforços e armas adicionais na fronteira", acrescentou.
Na sexta-feira, o presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, e seu colega do Tadjiquistão, Emomali Rakhmon, se reuniram à margem de um encontro de cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) no Uzbequistão e anunciaram um cessar-fogo.
O balanço atualizado divulgado pelo Quirguistão é de 24 mortos e 103 feridos, segundo o ministério da Saúde. As autoridades do país também informaram que milhares de pessoas foram deslocadas.
O ministério tadjique do Interior não divulgou um balanço, mas afirmou que vários civis do país morreram durante as violações da trégua.
Os confrontos entre os dois países no início da semana deixaram dois guardas de fronteira tadjiques mortos e feridos dos dois lados.
As duas ex-repúblicas soviéticas têm uma relação tensa por questões territoriais que abarcam quase metade dos 970 quilômetros de fronteira comum e pelo acesso à água.
Em abril de 2021 foi registrado um número sem precedentes de confrontos entre os dois países, que deixaram mais de 50 mortos e geraram temores de que o conflito poderia se prolongar.