Publicada em 05/09/2022 às 15h04
O último reator em funcionamento da usina nuclear de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, ocupada pelas tropas russas, foi desconectado da rede nesta segunda-feira (5), indicou a operadora estatal ucraniana Energoatom. Em uma mensagem no Telegram, a empresa explicou que um incêndio “ocorrido como resultado de bombardeios" na maior usina nuclear da Europa danificou uma linha de energia que ligava esse reator à rede do país.
"O reator número 6 foi parado e desconectado da rede", disse a Energoatom. Este era o único reator em operação em Zaporíjia. Com seis reatores com capacidade de 1.000 megawatts cada, esta usina caiu nas mãos das tropas de Moscou em março, logo após o lançamento da invasão da Ucrânia.
No sábado (3), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cujos especialistas estão no local, anunciou a paralisação do reator número 5, devido a danos de uma linha de energia, após um bombardeio. Os outros quatro reatores em Zaporijia estão desligados há semanas.
O diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi, declarou na quinta-feira (1°) que "é evidente que (...) a integridade física da usina foi violada em várias ocasiões".
Nas últimas semanas, o local foi alvo de inúmeros bombardeios. Os russos e os ucranianos se acusam mutuamente dos ataques, enquanto cresce o temor de um desastre nuclear.
A maioria dos integrantes da missão liderada Rafael Grossi deixou a usina no mesmo dia, na sexta-feira. Dos seis especialistas que permaneceram no local, quatro já partiram nesta segunda-feira, enquanto outros dois devem permanecer por tempo indeterminado, de acordo com a Energoatom.
Macron defende soberania ucraniana
Em uma conversa com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky, o presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou, nesta segunda-feira, "a necessidade imperiosa de preservar a segurança" das instalações nucleares na Ucrânia, “que só pode passar por uma retirada das forças russas", indicou Paris.
Assim como ocorreu em 16 de agosto, os dois líderes fizeram um balanço da situação na central de Zaporijia, que em 25 de agosto foi temporariamente desconectada da rede ucraniana pela primeira vez em sua história. Macron insistiu que a soberania ucraniana sobre a usina deve ser respeitada.
Durante a conversa, Macron "questionou o presidente Zelensky sobre as suas necessidades militares, humanitárias e econômicas", reiterando "o total apoio da França para que a Ucrânia seja restaurada em seus direitos mais fundamentais, começando com a sua soberania, segurança e integridade", informou a presidência francesa.