Publicada em 28/10/2022 às 11h04
Uma artista plástica de Nova Mamoré (RO) levou suas telas que retratam a cultura Amazônica para ser apreciada por pessoas do mundo inteiro no Museu do Louvre, em Paris. A exposição aconteceu nos dias 21, 22 e 23 de outubro e para ela, foi a realização de um sonho.
"Costumo dizer que eu não vivo da arte, eu vivo para a arte. Eu me sinto muito feliz e realizada. A arte transformou a minha vida", contou.
Início de tudo
A história de Edina Costa com a arte iniciou aos 26 anos. Por causa das dificuldades financeiras e por almejar “mudar de vida”, ela começou a fazer pequenos artesanatos para complementar a renda da família.
Foi quando surgiu a vontade de pintar. Como não tinha dinheiro para comprar os materiais de pintura, ganhou de presente quatro cores de tinta e uns pincéis. Sua primeira tela foi pintada em um “fundo de gaveta”.
Os pincéis não saíram mais das mãos de Edina e foram eles que a fizeram ser convidada para expor em Paris.
Em solo parisiense
A emoção começou ainda no avião por entender a dimensão do que estava vivendo. Edina foi sozinha para esta viagem desbravar a cidade que é considerada o berço da arte.
“Quando eu estava pousando em Paris eu chorei, mas de alegria, de realização… De onde eu comecei, da onde eu cheguei e o que eu quero alcançar ainda mais”, disse.
Edina diz que a experiência de chamar atenção dos franceses e de visitantes de outros países com a fauna, flora e cultura do estado foi maravilhosa. Para ela, além de apenas expor, foi importante passar a mensagem de que é um dever de todos cuidar da Amazônia.
"Eu tento passar a mensagem que é um dever de todos cuidar da Amazônia. Não é pintar por pintar. Eu gosto de passar essa mensagem e ver o olhar vibrante deles olhando para as minhas obras, elogiando e eu recebendo os elogios através da interprete... Eu fiquei super emocionada", contou.
“Olhares da Amazônia”
As exposições da artista chamaram atenção dos franceses pelas cores fortes retratadas e Edina também se destacou por ser uma artista autodidata. Sobre o feedback dos críticos, a pintora diz que não esperava que seriam tão positivos.
“Eu fiquei muito feliz com a recepção, com o olhar deles para as minhas obras. Eles que descreviam as minhas obras”, conta após dizer que foi gratificante ver esses olhares sobre a Amazônia.
Aos que sonham em traçar voos altos, mas ainda colocam como obstáculo morar em uma cidade pequena, Edina Costa tem uma dica.
“Muitas vezes as pessoas perguntam para mim: ‘você ainda mora em Nova Mamoré?’ Antes de ir para Paris eu respondia assim: ‘eu moro em Nova Mamoré e estou indo expor em Paris’. O local não importa. Se você tem coragem e disposição, você pode alcançar e ir onde você quiser. Assim como eu fui.”