Publicada em 28/10/2022 às 09h11
A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance nesta sexta-feira (28), informou o Exército sul-coreano, a mais recente de uma série de testes de armas que podem culminar em um teste nuclear, de acordo com Washington e Seul.
Esses lançamentos coincidem com o fim de 12 dias de exercícios navais anfíbios da Coreia do Sul e dos Estados Unidos e ocorrem alguns dias antes do início dos exercícios aéreos na segunda-feira, que mobilizarão mais de 200 aviões de combate desses dois países.
Essas iniciativas muitas vezes enfurecem o regime liderado por Kim Jong Un, que as considera exercícios para uma eventual invasão e muitas vezes responde com "contramedidas" como esses disparos.
O Exército sul-coreano afirmou que detectou "dois mísseis balísticos disparados da área de Tongchon de Gangwon entre 11h59 (23h59 do dia anterior, no horário de Brasília) e 12h18", referindo-se a uma província na costa leste da Coreia do Norte.
"Nosso exército aumentou o monitoramento e a vigilância e permanece em total prontidão em estreita coordenação com os Estados Unidos", disse o Estado-Maior Conjunto em nota.
Com as negociações na península paralisadas há muito tempo, as tensões aumentaram este ano devido a uma série de testes militares do país liderado por Kim Jong Un, que recentemente declarou seu status de potência nuclear "irreversível".
Autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul vêm alertando há meses que Kim está preparando um novo teste nuclear, que seria o sétimo na história do país e o primeiro desde 2017.
Na terça-feira, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse que o Norte tinha tudo pronto para este teste. "Parece que eles já completaram os preparativos para seu sétimo teste nuclear", disse ele durante um discurso parlamentar.
Na quarta-feira, os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul alertaram que tal teste seria recebido com uma "resposta de força sem precedentes".
Desde a chegada de Yoon Suk-yeol, a Coreia do Sul intensificou os exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos, que recentemente enviaram um porta-aviões movido a energia nuclear para a área, e com o Japão.
Analistas consideram que Pyongyang quer aproveitar o bloqueio entre as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas para acelerar a modernização de suas armas.
Em uma recente reunião do conselho para discutir o lançamento de um míssil norte-coreano que sobrevoou o Japão, a China, principal aliado de Pyongyang, acusou os Estados Unidos de provocar essa série de disparos.
Há meses essa instância está dividida sobre como responder às ações do país comunista: China e Rússia simpatizam com Kim Jong Un e o restante do conselho pede o aumento das sanções existentes contra o país.