Publicada em 22/10/2022 às 09h51
Porto Velho, RO – Até a veiculação das últimas pesquisas relacionadas ao segundo turno na corrida pelo comando do Palácio Rio Madeira o comportamento de Marcos Rogério, do PL, era normal.
Conservava na ponta da língua as críticas tradicionais, próprias de quem está no lado da oposição, mas tinha na postura certa serenidade e controle total das palavras, característica adquirida nos seus anos profissionais no ramo da comunicação e preservada até hoje na condição de político.
CONFIRA:
Porém, nem todo o seu pretenso controle emocional foi capaz de suportar a quebra do clima de “já ganhou”, adotado por representantes da sua campanha assim que fora alçado à segunda etapa do pleito.
Esse esfacelamento da atmosfera antecipada de decretação de vitória é fruto do abalroamento dos números trazidos por duas pesquisas distintas: Real Time Big Data e IPEC, onde ambos os cotejamentos colocam os postulantes cem por cento ombreados.
No debate da última sexta-feira (21) apresentado pela SIC TV, afiliada da Rede Record em Rondônia, mediado, mais uma vez, pela competente Meiry Santos, sua parcimônia característica deu vazão a uma histeria contida, mas pujante.
Marcos Rocha, do União Brasil, acabou sendo mais orgânico em erros e acertos. A despeito de sua dificuldade – e provável nervosismo –, escolheu trilhar o caminho das realizações já apresentadas à população, excursionando, ainda, pelas propostas para o futuro.
Criticou quando foi criticado. Cobrou quando foi cobrado.
Marcos Rogério fazia ilações sobre notícias falsas às quais ele, como cidadão e principalmente na condição de congressista brasileiro detinha o dever de denunciar à Justiça caso fossem verdadeiras, palpáveis.
Safo na retórica, aproveitou também resvalos dos apoiadores de Rocha, como, por exemplo, uma postagem onde o marqueteiro – horrível, diga-se de passagem –, fala sobre a Saúde na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Coisa de amador: verdadeiro gol contra.
O atual mandatário do Estado, guiado de maneira equivocada por “profissionais” de publicidade, incorreu neste tipo de gafe entregando ao adversário, “de bandeja”, o vacilo como artifício discursivo ao qual Rogério soube usar muito bem.
Lado outro, o chefe do Executivo estadual fez indagações relevantes, ou, quando não, abespinhou o opositor com informações levadas à sociedade pela imprensa nacional.
Marcos Rocha diz que "Rei dos Precatórios" assumirá o Senado se Rogério vencer, mas não explicou o que isso quer dizer / Reprodução
Como o caso do assessor do membro da Câmara Alta, acusado de envolvimento com o tráfico de drogas; e, ainda, as consequências de o Estado ter como senador, caso Rogério seja eleito, Samuel Pereira de Araújo, tachado pela Veja como o “Rei dos Precatórios”.
Rocha não explicou por que isso seria danoso, exatamente, apesar da conotação negativa à qual quis emprestar quando abordou o fato.
E relembrou que o presidente Jair Bolsonaro é do partido de Rogério, mas não declara voto a ele por “lealdade”.
Logo, que vença o melhor.
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PESQUISAS CITADAS
REAL TIME BIG DATA: O instituto ouviu 1.000 pessoas nos dias 14 e 15 de outubro. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Record TV e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RO-05104/2022.
IPEC: Foram ouvidas 800 pessoas entre os dias 17 e 19 de outubro em 26 municípios rondonienses. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RO‐08968/2022.