Publicada em 06/10/2022 às 14h53
A tensão na península coreana voltou a aumentar nesta quinta-feira (6) com Pyongyang disparando mais dois mísseis balísticos e fazendo um exercício militar com 12 caças próximo à fronteira com a Coreia do Sul.
Segundo o Comando do Estado-Maior de Seul, "as nossas forças armadas reforçaram o monitoramento e a vigilância e estão mantendo a máxima prontidão em coordenação com os Estados Unidos".
Conforme a nota oficial, foram dois mísseis de curto alcance lançados da zona de Samsok em direção ao Mar do Japão, no segundo disparo só nesta semana. Na última terça-feira (4), foi disparado um míssil de médio alcance que sobrevoou o território do Japão.
Além dos mísseis, Seul informou que 12 jatos militares norte-coreanos voaram em formação em um "aparente exercício" próximo à fronteira área entre as duas nações. Por conta disso, a Coreia do Sul enviou 30 caças de seu exército para uma "ação combativa de resposta".
Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores de Pyongyang, os norte-coreanos afirmam que os recentes testes e exercícios "são medidas de retaliação" contra os treinamentos militares conjuntos feitos por Seul e EUA na região nos últimos dias. Para a pasta, esses exercícios "aumentam as tensões militares na península".
O regime de Kim Jong-un ainda acusou Washington de provocar uma "grave ameaça à estabilidade" ao realocar o porta-aviões US Ronald Reagan nas águas a leste da Coreia do Sul. Já os EUA afirmam que o retorno da embarcação ocorreu, justamente, como uma resposta ao lançamento do míssil da última terça.
Nesta quinta-feira, a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, usou as redes sociais para falar sobre a crise. "A nossa mensagem à Coreia do Norte: chega com esse comportamento desproporcional, provocatório e que leva a uma escalada. Que voltem ao diálogo", escreveu.
A crise na região coreana voltou a se intensificar com a aceleração dos testes e do programa nuclear de Pyongyang neste ano. Além disso, Kim afirmou mais de uma vez que seu exército estava pronto para "aniquilar" os soldados do Sul e dos EUA.
Por sua vez, os norte-americanos aumentaram o ritmo dos exercícios militares conjuntos com Seul, mas afirmam que as medidas são para proteger a população sul-coreana de um possível ataque do Norte.
Já as conversas sobre a desnuclearização estão paralisadas e Pyongyang afirmou que não pretende retomá-las.