Publicada em 14/10/2022 às 14h29
Os Estados Unidos pressionam seus aliados para construir rapidamente para a Ucrânia uma rede de defesa aérea "em mosaico", usando equipamentos compatíveis com a OTAN, alguns ultramodernos, outros mais antigos, para proteger os objetivos estratégicos ucranianos dos ataques russos.
Esse esforço ganhou maior urgência depois do ataque de mísseis por parte da Rússia contra a Ucrânia, esta semana, danificando instalações de energia em todo país e deixando pelo menos 20 mortos.
"O que os líderes (ucranianos) descreveram como o que de eles mais precisam é capacidade de defesa aérea", disse o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, em Bruxelas, na quinta-feira (13), um dia depois de uma reunião de 50 países aliados para coordenação de seu apoio militar em Kiev.
Para estabelecer o "escudo antiaéreo" solicitado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, porém, é necessário criar o que os militares chamam de defesa terra-ar de múltiplas camadas.
"São sistemas de curto alcance e baixa altitude; depois, sistemas de médio alcance e de média altitude; e, finalmente, sistemas de longo alcance e de alta altitude", afirmou o chefe do Estado-Maior americano, general Mark Milley, em conversa com jornalistas na quarta-feira.
Esses três níveis permitirão proteger alvos estratégicos ucranianos, como grandes cidades, infraestruturas cruciais, ou centros de poder, contra mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e até drones.
Os Estados Unidos prometeram o sistema de defesa antiaérea NASAMS, cujos dois primeiros devem chegar em breve à Ucrânia. Foram pedidos mais seis ao fabricante Raytheon, mas é possível que a entrega leve de dois a três anos.
A Alemanha entregou um primeiro sistema de defesa Iris-T de última geração, mas Kiev terá que esperar até o próximo ano pelos outros três prometidos. Este sistema de médio alcance, mas de alta altitude, destina-se a proteger uma pequena cidade.
Para acelerar o processo, os Estados Unidos pediram a seus aliados, na quarta-feira, que forneçam o equipamento antiaéreo disponível, mesmo os mais antigos, desde que atendam aos padrões da Otan.
A Espanha foi a primeira a responder positivamente na quinta-feira. Enviará quatro sistemas Hawk terra-ar de médio alcance para a Ucrânia, anunciou Austin, saudando uma "resposta muito, muito rápida".
Na quarta, o presidente Emmanuel Macron anunciou que a França entregará a Kiev "radares, sistemas e mísseis para proteger (os ucranianos) de ataques, em particular, para protegê-los de ataques de drones".
Nesse mesmo dia, a Grã-Bretanha prometeu enviar de mísseis AMRAAM, destinados aos sistemas NASAMS fornecidos pelos Estados Unidos.