Publicada em 19/10/2022 às 11h31
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu dois apoios simbólicos nesta quarta-feira, enquanto busca novos aliados antes do segundo turno de 30 de outubro contra o atual presidente Jair Bolsonaro para retornar ao mais alto cargo do país.
Simone Tebet, candidata de centro-direita que ficou em terceiro lugar nas eleições de domingo com 4% dos votos, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que continua altamente respeitado nos meios empresariais, anunciaram que apoiarão Lula, que é universalmente conhecido como Lula.
“Pelo meu amor pelo Brasil, pela democracia e pela Constituição, pela coragem que nunca me faltou, peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram por neutralidade neste segundo turno”, disse Tebet em entrevista coletiva em São Paulo. “O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós.”
Citando um país “dividido por discursos de ódio e polarização ideológica”, ela chamou seus quase 5 milhões de eleitores para se juntarem a ela no apoio à democracia, acrescentando que fará campanha ativamente por Lula.
O candidato de esquerda do Partido dos Trabalhadores chegou perto de uma vitória absoluta no domingo, recebendo mais de 48% dos votos. A extrema-direita Bolsonaro obteve 43%. Desde a eleição, os dois homens estão em busca de apoio em todo o Brasil e no espectro político.
Na quarta-feira, o ex-presidente Cardoso, de 91 anos, disse que votaria em Lula em nome de "uma história de luta pela democracia e inclusão social", e postou fotos antigas de Lula e ele distribuindo panfletos pró-democráticos durante a ditadura militar (1964-1985).
Qual candidato você vai votar em 2022? Deixe o seu palpite na
20Bet, ganhe dinheiro apostando online.
O analista político Carlos Melo disse que os anúncios são simbólicos e podem trazer votos cruciais para Lula.
“Tebet conseguiu ganhar votos durante a eleição, ela construiu seu próprio patrimônio político, não o de seu partido”, disse Melo, professora de ciências da Universidade Insper de São Paulo, também subjacente à sua popularidade entre as mulheres. Enquanto isso, Cardoso poderia ajudar a fortalecer a popularidade de Lula entre os empresários e a elite intelectual que ainda são reticentes.
Da Silva foi preso por 19 meses como parte de uma investigação de corrupção maciça conhecida como investigação da Lava Jato, que teve como alvo seu Partido dos Trabalhadores e derrubou a política brasileira. Mais tarde, a Suprema Corte anulou suas condenações em meio a acusações de que o juiz e os promotores manipularam o caso contra ele.
O ex-presidente Michel Temer e o poderoso lobby do agronegócio no Congresso se juntaram a três governadores do sudeste do Brasil, a região mais rica e populosa do país, para apoiar Bolsonaro na quarta-feira.