Publicada em 07/10/2022 às 10h11
Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas em Mianmar desde o golpe do ano passado, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O país do sudeste asiático tem sido palco de fortes distúrbios desde que os militares derrubaram o governo de Aung San Suu Kyi do poder em fevereiro de 2021, dando origem a um movimento de resistência armada.
A junta respondeu com uma campanha de repressão que, segundo grupos de direitos humanos, incluiu ataques a cidades, execuções extrajudiciais e bombardeios contra civis.
Entre o golpe e setembro de 2022, 1.017.000 pessoas foram deslocadas dentro do país, disse a Unicef em comunicado divulgado na quinta-feira.
A agência da ONU acrescentou que mais da metade dos que tiveram que fugir de suas casas estão na região de Sagaing, no noroeste do país, onde ocorreram alguns dos combates mais sangrentos.
De acordo com a Unicef, o fornecimento de ajuda humanitária para essa região encontrou "desafios significativos".
Em Sagaing, onde operam tropas da junta, milícias pró-militares e combatentes antigolpe, as autoridades cortam regularmente o acesso à Internet.
Acredita-se que mais de 12.000 propriedades civis foram queimadas ou vandalizadas em todo o país desde o golpe, disse o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em maio.
Os esforços diplomáticos para enfrentar a crise estão paralisados.
No ano passado, um acordo de "consenso" foi alcançado dentro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) para facilitar o diálogo entre militares e opositores e a chegada de ajuda humanitária, mas isso foi ignorado pela junta em grande medida.