Publicada em 26/10/2022 às 09h12
A América Latina, um dos principais celeiros do mundo, pode "alimentar mais gente", afirmou nesta terça-feira (25), em Buenos, Aires o alto representante da União Europeia (UE) para as Relações Internacionais, Josep Borrell. Ele também mencionou as negociações de um Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a UE. Ambos devem empreender um esforço conjunto "até o fim do ano" para concluir o acordo, "de importância estratégica. Os problemas que ainda persistem dever ser identificados."
Com a guerra na Ucrânia tendo causado "ondas de choque nos preços dos alimentos e da energia, a América Latina pode alimentar mais pessoas, pode continuar a produzir mais alimentos e também fornecer energia, e nós (europeus) podemos fornecer tecnologia e capital", declarou Borrell.
A Argentina, em particular, fornece uma série de bens "muito importantes para a Europa e para o mundo, e pode fazer ainda mais", principalmente em matéria de "bens agroalimentares, com sua superfície e a sua enorme capacidade de produção", acrescentou o alto representante da UE.
Borrell enfatizou a importância de a Europa trabalhar lado a lado com a América Latina: "Muitos problemas podemos resolver melhor juntos", assinalou durante entrevista coletiva no Palacio San Martín, sede protocolar da chancelaria argentina.
"A China é o principal parceiro comercial de todos os países latino-americanos, mas nós (UE) investimos mais", defendeu o alto representante, frente ao poder comercial chinês.
O alto funcionário espanhol lidera a delegação de chanceleres da UE que irá se reunir na quinta-feira (27) na capital argentina com seus pares da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Em 2020, a comissão de especialistas criada pelo governo francês para avaliar os impactos ambientais e sanitários do acordo Mercosul-União Europeia concluiu que ele pode acelerar o desmatamento na América do Sul e não oferece garantias suficientes de combate às mudanças climáticas.