Publicada em 01/10/2022 às 10h07
O Brasil é mesmo um país atípico em vários segmentos, mas em eleições, talvez seja único. Apesar de não ser um país de primeiro mundo, de quatro em quatro anos temos que escolher os nossos governantes, federal, estadual, municipal, congressistas e legislativos. Na verdade, de dois em dois, pois as eleições municipais (prefeitos e vereadores) ocorrem dois anos, após as gerais, que elegem os demais políticos a cargos executivos e legislativos, inclusive o presidente da República, como a deste ano.
Na maioria dos países os mandatos são de cinco anos e nem sempre com direito de reeleição. No Brasil também já foi assim.
No Brasil do Século XXI, Executivo, Legislativo e Judiciário são “sufocados” pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), composto de 11 membros, quase todos sem ter carreira no judiciário. É o STF, quem determina as ordens, através de “canetadas” inconstitucionais, justamente de quem deveria zelar pelo cumprimento de nossa Constituição Federal.
Mas o assunto é eleições gerais (presidente da República, govenadores, uma das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal e deputados federais e estaduais) de domingo (2). É uma disputa de votos bem diferente de passado recente, onde as campanhas políticas mobilizavam o País, não importando se as eleições fossem gerais ou municipais (prefeito e vereadores).
Hoje não se tem mais o glamour de campanhas passadas. Não há muros pintados com nomes e números dos candidatos, cartazes. A mobilização popular é insignificante se relacionada a pleitos passados com carros de som trombando pelas ruas, distribuição maciça de cartazes e “santinhos”, além dos comícios empolgantes com milhares de pessoas às ruas para ouvir o recado dos seus candidatos.
Não se tem mais o orador eloquente, que mobilizava os comícios. Os debates históricos com participantes hábeis e focados nas suas propostas de governo e, o mais importante, como viabilizá-las. Hoje são “tribunais” de acusações vazias, sem o mínimo e interesse do eleitor. Isso tudo empolgava a população, que geralmente conhecia pessoalmente os candidatos devido a campanha “olho no olho”, do contato físico.
A chegada da internet tirou não somente o brilho das campanhas políticas, mas a oportunidade de o eleitor ter contato direto com o seu candidato, que era um ídolo, um ícone. Receber um aperto de mão dos candidatos era prazeroso, saudável até. Um abraço, uma foto com o seu político preferido era quase como ter um orgasmo cerebral, um êxtase mental. Hoje, mesmo com a facilidade do celular uma selfie com o candidato é bem mais difícil devido a comunicação virtual.
O contato candidato-eleitor, após a chegada da internet e, posteriormente das redes sociais deixou um espaço enorme entre as partes. A campanha política atual é quase que restrita as redes sociais e sites eletrônicos.
Não se vê mais cavaletes nas ruas e avenidas com propaganda eleitoral. Poucos candidatos colocaram “formiguinhas” nos principais cruzamentos, porque é muito mais fácil, simples e direta a comunicação via redes sociais com a utilização do celular, hoje o companheiro permanente da maioria da população, seja jovem, adulta, adolescentes, até as crianças.
Pessoas idosas, com dificuldades para enxergar, se locomover são usuárias permanentes do celular. Ninguém abre mão da importante ferramenta eletrônica, que a cada dia se faz mais presente no dia a dia da população.
Mas o importante é votar. E de preferência votar bem, com dignidade, responsabilidade. O eleitor tem que se conscientizar, que o voto é uma arma letal contra os políticos de má índole, que praticam a politicagem e não a política na sua essência, tão necessária, fundamental para a plenitude da democracia. Muito comentada, mas pouco praticada. Não há como o País, Estados e municípios desenvolverem trabalho social, econômico, financeiro sem seriedade e responsabilidade, de quem elegemos para governar, seja no Executivo ou no Legislativo.
Se o governo federal não vai bem, o Congresso também tem significativa parcela de culpa. Além de legislar, fazer leis, senadores e deputados têm que fiscalizar, cobrar, exigir dos governantes. O mesmo ocorre nos Estados com os deputados estaduais e nos municípios com os vereadores.
Votar não é somente uma obrigação constitucional, mas um dever cívico de qualquer cidadão, de bem, que busca não somente a melhoria permanente de a qualidade de vida, mas também do bem-estar da comunidade em geral, pois não há como todos serem patrões, porém, o direito de todo cidadão de morar, se alimentar, beber, dormir, trabalhar não pode ser ignorado.
Nas eleições deste ano, exerça o direito do voto com o máximo de responsabilidade. Não venda, não mercantilize o seu direito de escolher os governantes identificados com os reais problemas da comunidade.