Publicada em 15/10/2022 às 10h00
Rondônia é um Estado jovem e em franco desenvolvimento econômico, social, financeiro e político. A pecuária exporta carne bovina livre de vacinação contra aftosa, além de soja e milho, que produz em quantidade e com qualidade.
O porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira, exporta a maior parte da produção de grãos (soja e milho), além da carne produzidos no Estado. Boa parte da produção de soja e milho do Mato Grosso, também vai para outros países via rio Madeira.
Apesar de toda importância econômica não apenas para o Estado, mas ao País, a principal rodovia federal de Rondônia, a BR 364, por onde passa cerca de 2,5 mil veículos pesados/dia (carretas, bitrens e treminhões), além dos carros de passeio é obsoleta e sem as mínimas condições de atender a demanda do tráfego atual.
Construída na década de 80, quando o maior veículo rodoviário era uma jamanta (caminhão trucado), que transportava no máximo 15 toneladas, a 364 praticamente se “desmancha” nos períodos de inverno amazônico, quando chove diariamente durante praticamente seis meses. Ao final do período a BR está tomada pelos buracos e, além de o atraso nas viagens em horas, os acidentes aumentam e muitas famílias ficaram enlutadas devido as mortes na pista rodoviária que é chamada de “Corredor da Morte”.
Este ano já tivemos eleições em primeiro turno, quando foram eleitos deputados (federais e estaduais) e um dos três senadores. No próximo dia 30 serão eleitos o presidente da República e em Rondônia, que é um dos 12 Estados onde teremos segundo turno, também irá eleger o governador. Estão na disputa Marcos Rocha (UB), que busca a reeleição e o senador Marcos Rogério (PL), eleito em 2018 com mais de 320 mil votos.
Apesar da importância para Rondônia, nenhum dos dois candidatos apresentaram dentro dos projetos de governo, solução, e não paliativos, para a situação da BR 364. Os deputados federais, eleitos e reeleitos também não se manifestaram sobre meios e formas de adequar a 364 para a realidade do tráfego atual.
Temos ciência que a BR é de responsabilidade do governo federal, pois é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte-Dnit quem administra a rodovia, por isso a bancada federal tem total responsabilidade em cobrar, exigir e reivindicar melhorias e adequação da 364 à realidade do tráfego. E não basta tapar buracos.
A BR 364 precisa ser totalmente restaurada no trecho entre Porto Velho e Vilhena, com cerca de 700 quilômetros, além de a duplicação. São condições “sine que non” devido à importância social, econômica e política não somente para Rondônia, mas para a economia do País.
O senador-eleito, Jaime Bagattoli (PL), o mais bem votado do Estado nas eleições de 2 de outubro (mais de 293 mil votos), que nas pesquisas pré-eleitorais sempre ocupava a terceira colocação, diz que um dos primeiros atos na sua chegada ao Congresso Nacional no próximo ano, será solicitar uma CPI contra os institutos de pesquisas.
Ilustre senador, não foi para isso que foi eleito pela vontade da maioria dos eleitores de Rondônia, pois o Estado e o País precisam muito mais que picuinhas pessoais.
Dotar Rondônia de hospitais regionais, como os já existentes em Cacoal, Ji-Paraná e Vilhena são fundamentais para o Estado em evolução, com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa. A restauração e duplicação da 364 é fundamental, pois inúmeras famílias estão enlutadas em razão da precariedade do piso em períodos de inverno amazônico, e a demanda elevada de veículos. Se está decepcionado, magoado, prejudicado pelos institutos de pesquisas, vá à Justiça, que é cega, como no caso de o Supremo Tribunal Federal (STF), na atual campanha eleitoral a presidência da República, mas é justa na maioria das ações e o caminho correto para se reparar injustiças.
Além do senador e dos deputados federais-eleitos Rondônia e o Brasil precisam de ações efetivas para a restauração e duplicação-já da BR 364. A ação, que é prioritária, deveria constar dos planos de governo dos candidatos a governador, que disputarão o segundo turno, pois é fundamental a composição de uma ampla frente política (governo do Estado, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, vereadores), para que o hoje, “Corredor da Morte”, seja em futuro próximo o “Corredor da Produção”.