Publicada em 24/10/2022 às 10h27
A gigante da moda Zara é alvo de uma campanha de boicote depois que o representante israelense da marca espanhola se reuniu com um deputado da extrema direita em Israel a alguns dias das eleições legislativas.
O encontro entre Itamar Ben Gvir e Joey Schwebel aconteceu na semana passada e foi divulgado pela imprensa israelense. Schwebel recebeu o chefe do Partido Otzma Yehudit ("Poder Judaico"), em sua casa no centro de Israel.
Após a revelação do encontro, árabes israelenses e palestinos divulgaram vídeos nas redes sociais, nos quais queimavam roupas da marca.
"Devemos queimar essas roupas e convoco meus concidadãos a boicotarem esta empresa", disse Fayez Abu Suhaiban, prefeito de Rabar, uma cidade de maioria árabe no sul de Israel, em um vídeo.
O deputado árabe Ahmad Tibi criticou a "feiura" da reunião em um tuíte, ao qual Itamar Ben Gvir respondeu: "Zara, roupas bonitas, israelenses bonitos".
Questionado pela AFP, um porta-voz de Ben Gvir especificou que se tratava de um "evento privado" e não deu mais detalhes.
Em um comunicado enviado à AFP por um porta-voz nesta segunda-feira (24), a família Schwebel disse que não comentava "questões pessoais de família".
Conhecido por suas declarações incendiárias contra os palestinos, Itamar Ben Gvir pode fazer parte da terceira força no Parlamento após as eleições legislativas de 1º de novembro, segundo as pesquisas.
No passado, fez parte do movimento antiárabe Kach do rabino Meir Kahane. Essa organização foi banida em Israel, após o assassinato de 29 palestinos que rezavam em Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 1994, por Baruch Goldstein, um torcedor.
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