Publicada em 12/10/2022 às 10h15
Porto Velho, RO – O ex-presidente Lula, do PT, se aliou a um político tão ou mais imprestável que o filho 02 do presidente da República, o “vereador federal” Carlos Bolsonaro, o Carluxo: trata-se de André Janones, do Avante, de Minas Gerais.
Ele foi reeleito deputado federal no dia 02 de outubro; aliás, antes da etapa inicial do pleito, Janones deixou de ser candidato ao Palácio do Planalto para caminhar com a esquerda.
Até aí tudo bem. Infelizmente, o político mineiro passou a ser a “bateria antiaérea” do da oposição combatendo notícias falsas com notícia falsa. Distorção da realidade com distorção da realidade. Apelos e ofensas deliberadas com apelos e ofensas deliberadas.
Os fins justificam os meios? Na visão deste jornal, não.
O mesmo vale para a ex-ministra Damares Regina Alves, do Republicanos, conduzida ao cargo de senadora da República pelo Distrito Federal.
Em determinada Igreja, Damares apresentou um caso grave de tráfico sexual de crianças envolvendo situação alarmante onde supostamente seus dentes seriam arrancados para facilitar a prática de sexo oral nos criminosos.
Acrescentou, também, que as meninas e meninos comem comida pastosa "para o intestino ficar livre na hora do sexo anal".
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão deu três dias para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos prestar informações sobre todas as denúncias de violência contra crianças que recebeu desde 2016.
O fato de barbaridades assim rolarem soltas contradiz a nova era que combate o adágio “a Internet não é terra de ninguém”.
Pelo visto, é.
Em primeiro lugar, o Twitter verifica perfis como o de Janones, e do da mitômana Patrícia Lélis, dupla que presta um desserviço à militância decente do progressismo brasileiro. O mundo não é dicotômico, binário e a sociedade não trilha seus caminhos sob vieses maniqueístas. Essa farsa do “nós” contra “eles”; do “bem contra o “mal”, é, acima de qualquer coisa, sintoma crônico de ignorância coletiva.
Darcy Ribeiro diria: “é a esquerda que a direita gosta”.
Os rondonienses irão às urnas no dia 30, no segundo turno, para decidir entre o ex-esquerdista Marcos Rogério, que pertencia aos quadros do PDT, legenda concebida sob a égide do trabalhismo brizolista, deputado que se orgulhava por ser da base do governo Dilma Rousseff, do PT (situação relembrada no primeiro turno pelo postulante derrotado do Podemos Léo Moraes), ou Marcos Rocha, do União Brasil.
Rocha, que conhece Bolsonaro desde 1988, e foi candidato em 2018 a pedido dele, quer mais quatro anos para conduzir as rédeas no Palácio Rio Madeira.
Rogério, fisiológico, que passou das hostes pedetistas ao famigerado Centrão, quando pertenceu ao DEM, apesar da inconsistência ideológica embora atualmente se coloque como espécie de neoconservador tem histórico maior de cargos eletivos ocupados, logo experiência prática para convencer os eleitores.
Lamentavelmente as propostas ficaram como pano de fundo de uma peleja eletiva reduzida a saraivadas de mentiras lá-e-cá, a nível nacional, com grupos representando o que há de pior nas essências de Bolsonaro e Lula; e, regionalmente, no quesito lealdade ao chefe da União, nada mais.