Publicada em 06/10/2022 às 14h03
Federal – Se depender de força política na Câmara Federal o governador Marcos Rocha (UB) leva vantagem sobre o senador Marcos Rogério (PL). Dos oitos deputados-eleitos, quatro são do partido de Rocha, e um deles, o mais bem votado do Estado, o ex-secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo. O UB elegeu mais três federais, além de Máximo: Eurípedes Lebrão, Maurício Carvalho, que é vice-prefeito de Porto Velho e a ex-vereadora da capital, Cristiane Lopes, que se afastou do cargo de adjunta da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), para concorrer. Parceiro de Rocha, o MDB elegeu dois federais, o ex-prefeito de Ariquemes, Thiago Flores e o presidente regional do MDB, Lúcio Mosquini, que foi reeleito.
Federal II – A bancada federal é completada por mais dois deputados do partido de Bolsonaro, inclusive com a segunda mais bem votada do Estado, Sílvia Cristina (65.012 votos) e o coronel Chrisóstomo Moura, ambos do PL. No caso de uma vitória de Bolsonaro, nas eleições em segundo turno do próximo dia 30, a bancada federal de Rondônia não terá dificuldades em dar a sustentação necessária ao Estado. No caso da eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT) os dois deputados-eleitos pelo MDB terão mais facilidades em negociar com o governo federal, mas os demais parlamentares certamente farão oposição ferrenha, o que é normal e está dentro do processo político. Oito deputados em um universo de 513 não representa muita coisa, mas em política é sempre importante somar, dividir, jamais.
Seagri – O ex-secretário de Estado da Agricultura-Seagri, Evandro Padovani, que sempre estava na lista dos favoritos a se eleger deputado federal não conseguiu a votação esperada. Somou somente 13.406 votos (21º mais bem votado no Estado), votação inferior as eleições de 2018, quando concorreu ao mesmo cargo e recebeu 26.656 votos ficando como suplente. Os poucos mais de 13 mil votos para uma campanha de ampla visibilidade são insignificantes a quem sempre esteve em um dos setores mais importantes econômica e socialmente de Rondônia, que é o agropecuário. Padovani assumiu a Seagri em 2013, quando era governador o atual senador Confúcio Moura e só deixou o governo em fevereiro último, já na administração do governador Marcos Rocha, para concorrer a federal. Comenta-se no Palácio Rio Madeira, que ele não retornará ao governo, caso Rocha se reeleja.
Cone Sul –Uma das regiões de enorme potencial agrícola, o Cone Sul, polarizado por Vilhena conseguiu reeleger seus três deputados estaduais. Não diminuiu nem aumento a representatividade na Ale-RO. O campeão de votos na região foi Ezequiel Neiva (UB), que somou 20.895 votos. Habilmente fez dobradinha com o filho, o advogado Wiveslando Neiva, do mesmo partido, que contabilizou 10.991 votos (27º colocado), a deputado federal e disputou eleições pela primeira vez. O segundo colocado foi Luizinho Goebel (PSC) com 14.162 votos. Pela experiência política e concluindo o quarto mandato esperava-se mais de Goebel, que é um dos deputados mais atuantes da Ale-RO, onde é líder do governo. A deputada Rosângela Donadon (UB), de família tradicional no Cone Sul foi reeleita com 12.097 votos para o terceiro mandato consecutivo.
Conscientização – O elevado índice de abstenção de Rondônia nas eleições de domingo (2) é uma situação, que precisa ser revista pelos nossos políticos. A constatação pela justiça eleitoral, que a cada dez eleitores, três deixaram de votar no domingo (2) é um número preocupante e poderá ter enorme influência nas eleições em segundo turno, do dia 30, caso os políticos não priorizem nos debates e aparições públicas a conscientização do eleitor, sobre a importância do seu voto. Além de apresentarem projetos reais, viáveis, inclusive de como conseguir recursos para isso, é essencial em uma proposta de governo, que os candidatos alertem, sempre, que tudo depende da escolha dos seus governantes pelos eleitores. Quem se furta a votar não tem o direito de reclamar. Se o contato pessoal hoje é difícil, o candidato deve utilizar todas as ferramentas digitais possíveis para conscientizar o eleitor, que é fundamental que ele vá votar e escolha os futuros governantes.
Respigo
A partir de sexta-feira (7) terá início de a propaganda eleitoral nos estados onde teremos eleições em segundo turno, no próximo dia 30, como é o caso de Rondônia. E certamente teremos uma ferrenha troca de acusações entre os candidatos +++ Além da disputa pela presidência da República (Lula e Bolsonaro) em Rondônia também ocorrerão eleições a governador. Concorrem o atual governador Marcos Rocha (UB) e o senador Marcos Rogério (PL) +++ Desde a administração do ex-governador Oswaldo Piana, que Rondônia não tinha eleito um governador da capital, como no atual mandato com Marcos Rocha. Após Piana, que concluiu seu mandato em 1994 e deixou como um dos grandes legados o Linhão, que trouxe energia elétrica 24 horas para Rondônia somente nas eleições de 2018 o Estado voltou a eleger um governador da capital +++ Valdir Raupp (Rolim de Moura) governou de 1995/98, José Bianco (Ji-Paraná) 1999/2002, Ivo Cassol (Rolim de Moura) 2003/2010, Confúcio Moura (Ariquemes) 2011/2018. No dia 30, Rocha pode manter a hegemonia na capital ou Rogério leva-la para Ji-Paraná.