Publicada em 18/10/2022 às 10h15
Um trecho de pelo menos 50 metros do gasoduto Nordstream 1 foi destruído após a suposta sabotagem ocorrida no final de setembro no Mar Báltico, segundo as primeiras imagens divulgadas nesta terça-feira (18).
Um vídeo publicado pelo jornal sueco Expressen mostra um grande buraco no gasoduto, com pedaços de metal destruídos pela explosão.
Filmadas na segunda-feira (17) a uma profundidade de cerca de 80 metros, as imagens de um dos quatro pontos de vazamento revelam que mais de 50 metros do gasoduto foram destruídos, segundo o Expressen.
"Somente uma força extrema poderia retorcer um metal tão espesso", explica Trond Larsen, piloto de drones da agência norueguesa Blue Eye Robotics responsável por dirigir o dispositivo submersível que filmou as imagens.
Além disso, ao redor do gasoduto, "é possível ver um grande impacto no fundo do mar", diz o jornal sueco.
Os dois gasodutos, Nord Stream 1 e 2, foram danificados por pelo menos duas explosões nas águas do Mar Báltico que causaram quatro vazamentos.
Depois de produzir grandes liberações de metano, pararam de vazar e o último vazamento não é mais visível na superfície desde sexta-feira, segundo a Guarda Costeira da Suécia.
O quarto vazamento está localizado no nordeste da ilha dinamarquesa de Bornholm, acima do gasoduto Nord Stream 2, informou a Guarda Costeira em comunicado.
Em 6 de outubro, as autoridades suecas anunciaram que haviam realizado uma inspeção submarina no local e coletado "evidências" que confirmavam as suspeitas de uma possível sabotagem, uma hipótese confirmada pela Dinamarca nesta terça-feira.
O Kremlin considera que a investigação dos incidentes está sendo "manipulada" para culpar a Rússia pelas explosões.
"A partir das declarações que ouvimos da Alemanha, França e Dinamarca, esta investigação está sendo orquestrada para responsabilizar a Rússia. É um absurdo", reclamou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça-feira.
Moscou acusou os países ocidentais de estarem por trás das explosões. Peskov argumentou que "a Rússia não explodiria seu próprio gasoduto".
"Só podemos lamentar que toda a investigação esteja ocorrendo em um grupo muito, muito pequeno (...) sem a participação da Rússia, que é co-proprietária do gasoduto", lamentou Peskov.
A Rússia abriu sua própria investigação sobre as explosões, embora não tenha a capacidade de investigar o local. Os investigadores russos estão "fazendo seu trabalho", assegurou Peskov.
Alemanha, França e Dinamarca estão realizando investigações em nível nacional e a opção de iniciar investigações internacionais, conforme solicitado pela Rússia, não parece estar na mesa.
Os gasodutos, operados por um consórcio controlado pela gigante russa Gazprom e que vão da Rússia à Alemanha, não estão operacionais devido à guerra na Ucrânia, mas ainda estavam cheios de gás quando ocorreram as explosões.
O uso de tais infraestruturas tem estado no centro das tensões geopolíticas entre Moscou e o Ocidente.