Publicada em 13/10/2022 às 10h06
O senador do partido ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI) Ignazio La Russa foi eleito presidente do Senado da Itália nesta quinta-feira (13). O político recebeu 116 votos na segunda sessão parlamentar realizada, bem acima dos 104 necessário para ter a maioria.
Foram ainda 65 votos em branco, houve votos para a senadora Liliana Segre, que assumiu a presidência temporária do Senado por ser a representante mais velha em atividade, e para Roberto Calderoli, da Liga.
La Russa é um dos expoentes históricos da extrema-direita italiana e, ao lado da provável futura premiê italiana, Giorgia Meloni, fundou o Irmãos da Itália.
O político já atuava como um dos vice-presidentes da Casa, entre 2018 e 2022, e também foi ministro da Defesa do governo de Silvio Berlusconi (2008-2011). Ao longo dos anos, porém, acumulou polêmicas, inclusive por fazer uma saudação romana, símbolo do fascismo, em um funeral.
"Parabéns ao novo presidente do Senado da República, Ignazio La Russa. Estamos orgulhosos que os senadores elegeram um patriota, um servidor do Estado, um homem apaixonado pela Itália e que sempre colocou o interesse nacional acima de qualquer coisa. Para o Irmãos da Itália, é um ponto de referência insubstituível, um amigo, um irmão, um exemplo para as gerações de militantes e diretores", disse Meloni.
A eleição, porém, marcou o primeiro desentendimento visível entre os representantes do FdI, e do Força Itália (FI), de Berlusconi. Na primeira sessão, todos os eleitos pela sigla conservadora se abstiveram do voto; na segunda, apenas Berlusconi e a ex-presidente do Senado Elisabetta Casellati votaram - os demais membros do FI se abstiveram.
Em um momento de tensão, Berlusconi e La Russa bateram boca nas tribunas do Senado, com o ex-premiê dando um soco na mesa e soltando um claro "vai tomar no c*" para o senador do FdI. O que ambos debatiam não ficou claro, mas também Casellati estava bastante irritada ao lado dos senadores de seu partido.
Segundo fontes da imprensa italiana, Berlusconi queria a presidência do Senado e estava negociando nos bastidores para isso.
Já a Câmara dos Deputados da Itália ainda não chegou a um consenso para eleger seu novo presidente.