Publicada em 12/10/2022 às 10h43
A Venezuela perdeu, nesta terça-feira (11), seu assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU após não conseguir se reeleger entre os membros das Nações Unidas. O país, governado por uma ditadura acusada de violar direitos individuais básicos, fazia parte do órgão há três anos.
Em seu lugar, foram eleitos Chile e Costa Rica. Ao todo, 14 assentos estavam em disputa nesta terça –de um total de 47 membros. As candidaturas são divididas por regiões, e a Venezuela tentava se reeleger pela América Latina e Estados caribenhos. Santiago obteve 144 votos, San José 134 e Caracas 88.
O presidente chileno, Gabriel Boric, comemorou a entrada de seu país no órgão e disse que se trata de uma "excelente notícia". O conselho é responsável por fortalecer a promoção e a proteção dos direitos humanos em todo o mundo e por abordar situações de violações. As investigações ordenadas geralmente são usadas posteriormente em tribunais nacionais e internacionais, como no caso de um ex-oficial de inteligência sírio condenado em janeiro na Alemanha por tortura.
O Brasil é membro do conselho desde 2016, mas seu mandato se encerra neste ano, sem a possibilidade de pleitear mais uma reeleição. O país se absteve na semana passada da discussão sobre a designação de um relator especial para apurar violações de direitos humanos na Rússia -ao fim, porém, a moção foi aprovada pelos demais países.
A derrota da Venezuela murcha ainda mais a influência de Moscou no órgão. A Rússia já havia sido banida do conselho em abril após uma campanha dos EUA e de potências ocidentais contra as ações do Kremlin na Guerra da Ucrânia. Outro aliado de Caracas a ser prejudicado com a derrota é a China, que recentemente assistiu à ONU apontar crimes de Pequim contra os uigures, minoria muçulmana que ocupa a região de Xinjiang, no oeste do país