Publicada em 21/11/2022 às 08h44
Desde que foram anunciados os resultados das eleições no Brasil, principalmente quando saiu a apuração final no segundo turno para presidente da República dando vitória ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, a direita, a extrema-direita, os conservadores e os reacionários de um modo geral estão “chiando” e criando muita confusão pelo país. Os golpistas financiam e colocam multidões nas ruas para fazer protestos, bloquear estradas, interditar ruas e também acampar em frente aos quartéis das Forças Armadas exigindo na maioria dos casos que os militares deem um golpe de estado e anulem as eleições, que eles, os golpistas, não reconhecem. Jair Bolsonaro, o “Deus” dessa gente perdeu o pleito por apenas 2,1 milhões de votos num universo de mais de 156 milhões de eleitores. Uma pergunta: eles querem anular as eleições em geral ou “somente” os votos para presidente?
Será que esses farsantes de ocasião desconfiam também dos resultados do primeiro turno quando a extrema-direita e os reacionários praticamente elegeram todos os seus candidatos? Ou somente estão colocando em xeque o resultado do segundo turno em que o “Bozo” perdeu a reeleição? Será que os já eleitos e proclamados vencedores vão aceitar tranquilamente a anulação do pleito sem nada falar? Romeu Zema em Minas Gerais, Tarcísio de Freitas em São Paulo e Cláudio Castro no Rio de Janeiro, para não citar pelo menos mais outros dezenove governadores conservadores que foram eleitos pelos estados, vão concordar sem mais nem menos com esta anulação e vão ficar calados? Quase todas as assembleias legislativas estaduais, a Câmara dos Deputados e o Senado federal também elegeram praticamente só candidatos conservadores e da extrema-direita.
As urnas eletrônicas assim como o TSE, para o cidadão que foi eleito, devem ser instituições muito confiáveis, é o que se presume. Se a vitória de toda essa gente foi algo absolutamente normal e legal, como podem as eleições, apenas no segundo turno, serem alvo de desconfianças? Já disse e repito: Jair Messias Bolsonaro não perdeu para Lula. Perdeu para ele mesmo. Para a sua língua desaforada, para a sua falta de educação, para a sua grosseria e para a sua estupidez. Porém, o atual presidente do país deixa uma lição muito importante para o futuro da política: o candidato que for grosso, que desdenhar dos outros, que negar a ciência, que não respeitar direitos individuais, enfim, que agir sem filtros no que fala, como agiu o senhor Bolsonaro durante os quatro anos em que esteve no poder, jamais será eleito nem reeleito para nada. A elite sabe que ele foi e é um estorvo.
Todos merecem respeito e consideração. As mulheres, os homossexuais, negros, esquerdistas, religiosos, ateus, índios, quilombolas, minorias em geral são todos seres humanos. Como pode um presidente da República, que devia representar a todos, ser tão descortês e mal-educado? Bolsonaro nunca esteve à altura do cargo para o qual foi equivocadamente eleito em 2018. Por isso ele não ganhou o pleito. Simples assim! O próprio Romeu Zema, govenador mineiro reeleito, reconheceu a burrice e talvez a “falta de comunicação” do sujeito que apoiou no segundo turno. Tenham coragem de pedir para que se anulem as eleições, mas que se cancelem os dois turnos e não apenas aquele que derrotou o “aprendiz de fascista”. Jair Messias Bolsonaro já é carta fora do baralho. No Brasil e no mundo inteiro. E por isso, devia a partir de janeiro próximo, sem a imunidade do cargo que não quis respeitar, ser julgado, condenado e preso. Devia mofar no xilindró.
*Foi Professor em Porto Velho.