Publicada em 21/11/2022 às 09h07
A erupção vulcânica letal de janeiro em Tonga foi a mais forte já registrada com equipamentos modernos, informou uma equipe de cientistas nesta segunda-feira.
O vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai entrou em erupção debaixo da água com uma força equivalente a 100 bombas atômicas e provocou um tsunami de 15 metros que destruiu casas e matou pelo menos três pessoas neste reino do Oceano Pacífico.
A onda atravessou o Pacífico, provocou as mortes de duas pessoas no Peru, danificou cabos de comunicação submarina e isolou Tonga durante semanas do resto do mundo.
Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Hídrica e Atmosférica da Nova Zelândia mostra que a erupção expeliu quase 10 quilômetros cúbicos de material (o equivalente a 2,6 milhões de piscinas olímpicas) e lançou escombros a mais de 40 quilômetros de altura, até a mesosfera.
"A erupção atingiu um recorde altura, foi a primeira a alcançar a mesosfera", a camada acima da estratosfera, afirmou o geólogo marinho Kevin Mackay.
A erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha'apai pode ser equiparada a do vulcão Krakatoa na Indonésia, que matou milhares de pessoas em 1883 antes da invenção de instrumentos modernos de medição.
A diferença, destaca MacKay, é que este é "um vulcão debaixo da água".
O cientista explica que a coluna de fumaça expelida pelo vulcão continha quase dois quilômetros cúbicos de partículas que permaneceram na atmosfera durante "meses, o que provocou deslumbrantes momentos de pôr do sol" na região do Pacífico até a Nova Zelândia.
A equipe também descobriu que a cratera do vulcão está agora 700 metros mais profunda do que antes da erupção.