Publicada em 25/11/2022 às 09h34
México e Equador concordaram, nesta quinta-feira (24), em promover a reativação de um comitê binacional de cooperação contra o tráfico de drogas e a dependência, em um momento em que o país sul-americano enfrenta uma onda de violência criminosa com a participação de poderosos cartéis mexicanos.
O acordo ocorreu no final da visita oficial que o presidente equatoriano Guillermo Lasso fez ao seu homólogo mexicano Andrés Manuel López Obrador, na qual se discutiram "os desafios da segurança em nível regional e, de forma particular, em ambos os países", informou a Presidência do México.
Os chefes de Estado "reiteraram o compromisso de compartilhar informações e trocar experiências na luta contra o crime organizado e nas políticas implementadas na busca da paz em cada nação", acrescentou o gabinete presidencial em comunicado.
Nos últimos anos, o Equador tornou-se o porto de partida para o mercado internacional de milhares de toneladas de cocaína da Colômbia e do Peru, em meio a disputas sangrentas entre gangues locais ao serviço de máfias internacionais.
Além das organizações colombianas, os cartéis de Nova Geração de Sinaloa e Jalisco, os mais poderosos do México, atuam no Equador, segundo um estudo do Observatório Colombiano do Crime Organizado (OCCO).
A atividade de emissários do Clã dos Bálcãs, formado por albaneses, russos, croatas, montenegrinos e sérvios, também foi detectada.
A violência criminosa forçou o governo de Lasso a impor toques de recolher noturno nas províncias de Esmeraldas, Santo Domingo de los Tsáchilas e Guayas, as mais atingidas por esse fenômeno.
As apreensões de drogas também aumentaram. Em 2021, as autoridades equatorianas apreenderam um número recorde de 210 toneladas de cocaína e até agora este ano as apreensões chegam a 170 toneladas.