Publicada em 04/11/2022 às 09h43
Os países do G7 pediram à Rússia, nesta sexta-feira (4), que estenda o acordo sobre as exportações de grãos ucranianos, o qual deve expirar em 19 de novembro – informou um diplomata americano, que pediu para não ser identificado.
"Todos concordam com a necessidade de prolongar o acordo de grãos" que transitam pelo Mar Negro, declarou o diplomata a repórteres, à margem de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores das economias mais avançadas em Munster, na Alemanha.
Ele explicou que os países do G7 apoiaram, em particular, os esforços do secretário-geral da ONU, António Guterres, para "convencer a Rússia a prolongar o acordo".
As exportações de grãos dos portos ucranianos foram retomadas esta semana, após o retorno da Rússia ao acordo assinado no final de julho em Istambul.
O pacto, que expira em 19 de novembro, permitiu a exportação de 10 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas desde 1º de agosto, aliviando a crise alimentar mundial causada pela guerra na Ucrânia.
A este respeito, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu nesta sexta que Rússia e Turquia "vão entregar cereais gratuitamente" aos países africanos em risco de fome, após um anúncio similar de Moscou no sábado.
"Vamos ajudar os países em desenvolvimento", declarou o chefe do Estado turco.
O presidente Vladimir "Putin me disse que deveríamos entregar, gratuitamente, grãos para esses países, como Djibuti, Somália, ou Sudão", disse ele.
Erdogan acrescentou que falarão "mais amplamente durante o G20", previsto para acontecer em meados de novembro na Indonésia.
No sábado, Moscou expressou sua disposição de entregar 500.000 toneladas de grãos, gratuitamente, aos países pobres nos próximos meses, com a ajuda da Turquia.
Os líderes da diplomacia do G7 discutiram, por sua vez, longamente sobre o apoio contínuo à Ucrânia, incluindo sobre "um mecanismo de coordenação dentro do G7 para reparar, defender e restaurar as infraestruturas energéticas" danificadas pelos ataques russos, segundo a mesma fonte.
Na quinta-feira, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou na abertura da reunião que os países do G7 não permitiriam que "a brutalidade desta guerra levasse à morte em massa de idosos e crianças, jovens, ou famílias nos próximos meses de inverno".
Muitas cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, sofreram bombardeios nas últimas semanas que afetaram particularmente as instalações civis, causando cortes de água e de eletricidade.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, interveio no dia anterior por videoconferência para "fazer um balanço" da situação no seu país, confirmou o diplomata americano.