Publicada em 10/11/2022 às 14h53
O presidente do Chile, Gabriel Boric, iniciou nesta quinta-feira (10) uma visita de dois dias à região da Araucanía, uma rica área florestal no sul do país que vive um conflito com grupos do povo mapuche, oito meses depois de tomar posse.
"Iniciamos a #GiraLaAraucanía para fortalecer o trabalho interministerial com base nas prioridades do nosso governo na região, com foco nas pessoas e em sua segurança", escreveu o presidente esquerdista em sua conta no Twitter, acompanhado de uma foto descendo do avião em Temuco, 680 km ao sul de Santiago.
A visita de Boric foi confirmada na noite de quarta-feira (9) por razões de segurança e precedida por uma série de ataques com incêndios a cabanas, uma escola e uma igreja, além de bloqueios de estradas em áreas rurais.
A Coordenadora Arauco Malleco (CAM), uma das principais organizações radicais mapuche que assumiu a responsabilidade pelos ataques de incêndios florestais, divulgou um comunicado nesta quarta-feira, rejeitando a primeira viagem do presidente à área: "Fora Boric do Wallmapu", alertou.
"Sua ida ao Wallmapu (nação Mapuche, em Mapudungun) se deve aos interesses da oligarquia, ao poder dos grupos econômicos que enfrentam diretamente a causa Mapuche, pois sob seu governo as estruturas de dominação que historicamente temos combatido se acentuaram", disse o comunicado do CAM.
A agenda do presidente inclui reuniões com autoridades locais e com vítimas de violência, juntamente com a ministra do Interior, Carolina Tohá; o ministro de Obras Públicas, Juan Carlos García, e com a ministra responsável pelas relações entre Executivo e Congresso, Ana Lya Uriarte.