Publicada em 02/11/2022 às 10h01
Porto Velho, RO – As eleições de 2022 chegaram ao fim, o eleitor gostando ou não. No pleito, a nível nacional, sagrou-se vencedor Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, do PT.
Jair Bolsonaro, do PL, fez o que sempre soube fazer: desprezou a democracia, e, num pronunciamento inócuo de dois minutos, além de não reconhecer o fracasso nas urnas deixou de repreender de forma enérgica o movimento ilegal e inconstitucional patrocinado por apoiadores nas estradas brasileiras.
Limitou-se a tecer poucas palavras sobre como “nós não agimos como a esquerda”, lançando ao acaso o entendimento sobre suas palavras “alimentando” o imaginário coletivo dos adeptos mais “fora da casinha”.
A Justiça fez o seu papel, e, desde logo, sacramentou o fim da patifaria e da balburdia. E não, não foi só o Supremo Tribunal Federal (STF) pelas mãos do ministro Alexandre de Moraes.
A Justiça Federal rondoniense, por meio de deliberação do magistrado plantonista Diogo Negrisoli Oliveira, autorizou, desde logo, inclusive, o uso da força policial a fim de que cessem os efeitos desastrosos do movimento ilícito e golpista.
Apesar da decisão da Justiça Federal ainda há 14 pontos bloqueados em Rondônia: informe foi dado na manhã desta quarta (02/11) / Reprodução
Os “manifestantes” pedem intervenção das Forças Armadas com base no Art. 142 da Constituição Federal (CF/88), ignorando, basicamente, o trecho onde deixa claro: Exército, Aeronáutica e Marinha estão à disposição da República para a defesa da Pátria garantindo os poderes constitucionais, a lei e a ordem.
Ou seja, a determinação constitucional se coloca contra tudo o que os baderneiros estão fazendo, e não a favor deles, como gostariam. Além do mais, a Câmara Federal, em 2020, já havia emitido parecer esclarecendo que o dispositivo não autoriza intervenção militar.
Resumidamente, uma malfadada empreitada rumo ao emperramento do País quando o próprio Bolsonaro já autorizou a transição, que, por sua vez, será realizada por Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está cumprindo a ordem judicial. A questão é que, passadas mais de 24 horas, de 15 pontos obstruídos agora são 14.
Pelo menos de acordo com o perfil oficial do órgão no Istagram.
A PRF, além de catalogar e divulgar os trechos atravancados, tem de expor à população minúcias acerca da identificação das pessoas física e jurídicas.
E se esses dados estão sendo transmitidos à Justiça Federal para que o juiz aplique a multa diária de R$ 10 mil por pessoa; e R$ 100 mil por empresa.
Todo esse caos é oferecido por maus perdedores referenciado por maus ganhadores.
É o caso dos políticos de Rondônia que, ou estão chegando agora ao Poder, ou foram reconduzidos. Todos silentes a respeito do imbróglio que pode causar desabastecimento de insumos básicos de ordem alimentícia no estado, combustíveis e principalmente itens necessários à manutenção da saúde, e, subsequentemente, da vida.
O governador reeleito Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, já deveria ter se pronunciado. Marcos Rogério, do PL, que sempre agiu como porta-voz do Planalto, deveria ser, de maneira honrosa, uma espécie de conciliador, contribuindo com sua verve retórica à conclusão pacífica do caso.
Membros da bancada federal, derrotados ou não, eleitos ou não, da composição de 2022, ou da de 2023, tinham de colocar a boca no trombone.
Fingir que nada está acontecendo é uma atitude irresponsável porque os órgãos de fiscalização e controle não devem agir sozinhos no cumprimento estrito da lei. É preciso escoro político. É necessário haver vozes nos espaços de Poder convalidando a legalidade nas ações policiais.
Rondônia precisa de bons vencedores confrontando maus perdedores em prol do bem comum, da lei, da ordem, da Pátria, enfim, da democracia.