Publicada em 10/11/2022 às 09h25
O Talibã proibiu as mulheres de usarem academias no Afeganistão, afirmou um representante do regime nesta quinta-feira (10). É o mais recente decreto do regime que limita os direitos e liberdades das mulheres desde que voltou a controlar o poder no país, há pouco mais de um ano.
Depois de anos se reorganizando e crescendo em regiões isoladas, os talibãs tomaram o poder do Afeganistão em agosto de 2021, pouco antes de os Estados Unidos retirarem os soldados do país.
Desde então, o regime proibiu meninas de ir às aulas do ensino médio e superior e, apesar das promessas iniciais, restringiu o acesso das mulheres à maioria dos empregos e exige que elas sejam cobertas da cabeça aos pés.
A nova regra entre em vigor já nesta semana.
O porta-voz do Ministério da Virtude e do Vício - responsável pelo novo decreto-, Akef Mohajer, alegou que o governo tomou a decisão de proibir a presença de mulheres em parques e academias porque "as pessoas ignoraram as ordens de segregação sexual e porque as mulheres não usavam o hijab, conforme exigido".
Mohajer alegou que, nos últimos 15 meses de governo, o Talibã “fez todo o possível” para evitar o fechamento de parques e academias para mulheres, obrigando seu uso em dias separados da semana ou impondo a segregação por sexo. "Mas, infelizmente, as ordens não foram seguidas e as regras foram violadas", disse o porta-voz.
“Na maioria dos casos, vimos homens e mulheres juntos nos parques e infelizmente o hijab não foi respeitado. Então tivemos que tomar outra decisão”, acrescentou.
Em paralelo às medidas restritivas, os talibãs vêm enfrentando dificuldades para conseguir governar, principalmente por estarem isolados no cenário internacional. A ajuda externa que o país recebia desde o início dos anos 2000 praticamente zerou após a chegada ao poder do Talibã, e a crise econômica mergulhou milhões de afegãos na pobreza e na fome.