Publicada em 19/12/2022 às 08h19
Professor Nazareno*
Terminada a 22ª Copa do Mundo de futebol realizada no Catar, eis que nenhuma surpresa com relação ao vencedor. A poderosa equipe da Argentina se torna tricampeã mundial ganhando da França nos pênaltis. Desde os primeiros jogos, não havia o que se discutir. Os portenhos montaram um time praticamente imbatível para defender o fraco futebol sul-americano.
Eles deram uma lição de futebol para o mundo inteiro ver. Uma equipe que tem Lionel Messi, Júlian Álvarez, Di Paul, Ángel Di Maria, Otamendi, Enzo Fernández, Tagliafico, Montiel e Dybala não merecia perder um só jogo. O atual time argentino é talvez melhor do que aquele Brasil de 1970 com Pelé e tudo. Se tivesse pegado o Brasil agora, a Argentina teria dado uma goleada pior do que os 7 X 1.
Ufa!
Escapamos! Parece até que os argentinos amam o seu país e lutam desesperadamente para defendê-lo.
Assim como já não tem mais heróis nem sequer representantes na Fórmula 1, o Brasil também não tem mais nenhum time de futebol que encante a mais ninguém. Embora sejamos pentacampeões do mundo na modalidade, ganhamos uma Copa do Mundo pela última vez lá em 2002. E faz mais de dez anos que um time do Brasil ganhou o Mundial de Clubes. O nosso futebol é um dos piores do mundo hoje em dia. O campeonato brasileiro nem de longe pode se comparar a uma Premier League da Inglaterra, por exemplo.
Dos 26 jogadores convocados, somente três deles jogam no Brasil, ainda assim todos eles não veem a hora de sair do país. O restante da nossa frágil seleção está nos melhores campeonatos de futebol da atualidade: na Europa. Terminado o baita vexame que deram nesta copa, quase todos eles ficaram por lá mesmo onde vivem.
Pelé nunca foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Isso é mentira, uma falácia, conversa fiada. Não só Maradona e Messi da Argentina, mas Platini, Zidane Garrincha e Cruijff sempre mostraram muito mais habilidades dentro e principalmente fora de campo. Já faz tempo que nossos melhores jogadores estão apenas preocupados com os milhões de dólares e euros que ganham lá fora. Amor pelo Brasil e pelos brasileiros?
Pense numa piada de mau gosto. Neymar mesmo, após a derrota do Brasil para a fraca Croácia, deu uma festa de arromba em São Paulo. E quase nenhum dos nossos atletas está preocupado com a vergonhosa situação social do país como acontece com muitos jogadores estrangeiros como Sadio Mané do Senegal ou até mesmo o inglês Marcus Rashford. Só Neymar, nada modesto, ganha mais de um milhão de reais por dia.
Grande parte dos nossos jogadores pensam como pobres de direita. Se tivessem levantado o troféu seria uma injustiça e certamente iriam tecer muitas loas e homenagear Bolsonaro e o bolsonarismo. Por isso, perder mais esta competição foi uma dádiva dos céus para todos nós. Além do mais, ver a Argentina jogar é um colírio para os nossos olhos. O entrosamento e as belas jogadas dos hermanos nem se comparam ao nosso fraco selecionado. Até o hino nacional dos caras é um alívio para a nossa alma. A Canción Patriótica, por exemplo, é um conforto para os nossos ouvidos e nem se compara com o nosso feio e incompreensível cântico nacional.
A Argentina hoje não é apenas um time de futebol. É uma academia e Messi um MITO. É um desses times que ficarão marcados para sempre em nossos corações e mentes. Já no Brasil vive-se do passado no futebol e logo seremos superados pelas verdadeiras potências da atualidade.
Parabéns, argentinos!
*Foi professor em Porto Velho