Publicada em 14/12/2022 às 15h06
Cinco pessoas foram assassinadas por pistoleiros em motos no município colombiano de Orito, na fronteira com o Equador, em uma chacina supostamente executada por grupo armado que opera em ambos os lados da fronteira, informaram autoridades nesta quarta-feira (14).
O ataque aconteceu na noite de terça. Os agressores chegaram em motocicletas a um "lugar onde estavam" oito pessoas e atiraram de "forma indiscriminada", disse o coronel Jorge Salinas, chefe de polícia no departamento de Putumayo, na Colômbia.
Em declarações à emissora Blu Radio nesta quarta, o oficial detalhou que cinco vítimas morreram no local e outras três, entre elas duas mulheres, ficaram feridas, uma delas em estado grave.
Segundo o chefe de polícia, o lugar onde ocorreu a chacina era "frequentado" por consumidores de drogas.
A polícia suspeita que o ataque tenha sido cometido pelos chamados "Comandos de la Frontera", um dos muitos grupos formados depois da desmobilização da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2017.
Há pouco menos de um mês, os "Comandos de la Frontera" entraram em confronto com outros dissidentes das Farc em Putumayo, no qual teriam morrido pelo menos 20 supostos combatentes.
Diante do crescimento do narcotráfico, as organizações que permanecem na luta armada tentam dominar grandes extensões de plantações de narcóticos, assim como as rotas de saída da cocaína para Europa e Estados Unidos através do Equador.
Por causa da chacina em Orito, os presidentes de Colômbia, Gustavo Petro, e Equador, Guillermo Lasso, planejam realizar "operações conjuntas" na fronteira de 586 km, de acordo com uma troca de tweets entre ambos.
Petro assinalou que essas ações estarão voltadas contra "as máfias que utilizam a fronteira como rota para o narcotráfico".
"Conte com a nossa ajuda ativa", respondeu Lasso, destacando a luta que seu governo trava contra o "narcotráfico, a narcopolítica e o crime organizado".
O governo Petro, o primeiro de esquerda na Colômbia, pretende extinguir por completo o último conflito armado interno do continente, mediante negociações de paz ou benefícios penais aos grupos armados e de narcotraficantes que aceitem desmantelar "pacificamente" seus negócios ilícitos.
Entretanto, sua chamada política de "Paz Total" ainda não conseguiu deter a espiral de violência que tomou conta do país depois do acordo de paz com as Farc. Segundo a ONG Indepaz, este ano aconteceram 93 chacinas com dezenas de vítimas.