Publicada em 23/12/2022 às 12h02
Um projeto audacioso com objetivo de resgatar e preservar grande parte da história de Rondônia registrada em matérias jornalísticas, está sendo realizado pela Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da direção da Biblioteca Municipal Francisco Meirelles.
Com a aquisição de um scanner de última geração, adequado para digitalização de livros e jornais, será possível salvar a memória do Estado, mas também a memória do jornalismo em Rondônia, conforme informa o diretor da biblioteca, Carlos Augusto da Silva.
Ele disse que a Francisco Meirelles possui um acervo de mais de 15 mil jornais, produções jornalísticas que retratam crônicas, lendas, fábulas, mitos, relatos e fatos históricos que marcaram a memória da população rondoniense.
“Isso tem uma enorme importância não apenas para historiadores, geógrafos e bibliotecários, mas para a imprensa local também, por se tratar de produções dos pioneiros do jornalismo em Rondônia”, comentou.
Processo de digitalização deve durar até três anosCICLOS
Para se ter ideia do papel relevante dos pioneiros do jornalismo, há registros dos ciclos da borracha, fatos da época do Território Federal do Guaporé (antes de ser chamado Território Federal de Rondônia), os primeiros governadores do Estado e como foram os seus mandatos, além do ciclo do ouro na década de 80 e do ciclo das construções das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.
Os ciclos da borracha, do ouro, e das construções das usinas, impactaram a população de Rondônia, pois foram os períodos que trouxeram vários imigrantes trabalhadores para esta região.
“São esses fatos históricos que agora serão digitalizados. Eles continuarão sendo importantes para o Estado daqui a 100 ou 200 anos, pois as pessoas saberão sobre nossa história, quem fomos nós e como construímos nosso Estado”, explica Carlos Augusto.
ALTO MADEIRA
Acrescentou, ainda, que no acervo da Biblioteca Francisco Meirelles existem jornais históricos, a exemplo do lendário Alto Madeira, que durou 100 anos (de 1917 a 2017), bem como de um dos seus proprietários, o jornalista Euro Tourinho, que faleceu no dia 25 de novembro de 2019, aos 97 anos.
“A digitalização desse patrimônio histórico será concluída de dois a três anos, pois deverá ser feito uma pesquisa aprofundada sobre o acervo com relação ao estado de preservação dos periódicos, já que, por causa da ação do tempo, a qualidade de muitos jornais da época pode ter se perdido, mas, dependendo da situação do material ele poderá ser restaurado", finalizou Carlos Augusto.