Publicada em 14/12/2022 às 14h43
O novo governo peruano decretou, nesta quarta-feira (14), estado de emergência em todo país por 30 dias para conter as manifestações que exigem eleições gerais imediatas e a libertação do presidente deposto Pedro Castillo, após seu autogolpe fracassado.
"Ficou acordado declarar estado de emergência para todo o país, devido ao vandalismo e à violência, à tomada de estradas e vias, que estão sendo controlados pela Polícia Nacional e pelas Forças Armadas", disse o ministro da Defesa, Alberto Otárola.
Eleições no fim do ano que vem
A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, disse que as eleições gerais podem ser antecipadas para o final de 2023.
A Justiça avalia estender por 18 meses a prisão do ex-presidente deposto Pedro Castillo, que é investigado por rebelião.
Nos protestos, alguns bastante violentos, principalmente no interior do país, os manifestantes pedem também o fechamento do Congresso, uma constituinte e a renúncia de Boluarte.
A presidente afirmou que os prazos para as eleições podem ser abreviados, após coordenar ações com representantes da justiça eleitoral e do Congresso.
“Pode-se adiantar para dezembro de 2023, porque antes dessa data não caberia legalmente”, disse Boluarte, que, de acordo com a Constituição, deveria cumprir o mandato do atual governo que termina em julho de 2026.
Após a destituição de Castillo, sua vice-presidente Boluarte assumiu o poder na semana passada, uma substituição que gerou fortes protestos com seis mortes, bloqueios de estradas, ataques a policiais e incêndios de escritórios públicos e privados.
Prorrogação da prisão de Castillo
A Justiça peruana começou a avaliar nesta quarta-feira um pedido da promotoria para impor "prisão preventiva" a Castillo por 18 meses.
Castillo, que governava desde julho do ano passado, convocou seus seguidores no Twitter a comparecerem à base policial onde ele está, à espera de sua libertação.
Castillo nega as acusações de rebelião e conspiração.
Fontes da promotoria e analistas disseram que Castillo não pode ser solto enquanto a Justiça resolve o pedido de prisão preventiva.