Publicada em 29/12/2022 às 15h23
O ministro da Defesa, Jorge Chávez, assegurou que as Forças Armadas estão destacadas para apoiarem a Polícia Nacional, através de um decreto de emergência emitido pelo Governo de Boluarte.
O ministro diz que já foram localizadas as áreas onde podem vir a ocorrer novas manifestações, a partir de 04 de janeiro, que podem degenerar em ações violentas.
O ministro do Interior, Víctor Rojas, explicou que o Governo tem informações de que a partir de 04 de janeiro regressem os conflitos sociais, em particular na região sul do Peru.
Rojas explicou que o dispositivo de segurança não tem a "intenção de uma ação repressiva", mas servirá para "proteger a propriedade e a livre circulação das pessoas".
Hoje, também, a Presidente do Peru disse que muitas das pessoas que participaram nas recentes manifestações de protesto, que surgiram após o golpe fracassado do seu antecessor, Pedro Castillo, foram "enganadas".
"Os meus irmãos e irmãs do interior profundo não ouviram a verdade daqueles que lideram essas mobilizações carregadas de violência", denunciou Boluarte, dizendo que viu vídeos em que peruanos do interior mostravam não ter compreendido o que se passou nos últimos meses.
Boluarte acusa os apoiantes de Castillo de estarem a manipular a opinião pública com "falsidades".
A Presidente também garantiu que o Ministério Público e o Ministério da Justiça irão investigar as mortes dos manifestantes nos protestos das últimas semanas, assegurando que ninguém ficará impune.
"Não vamos permitir a impunidade. Vamos garantir que os factos sejam investigados, individualmente, e o Ministério Público assumirá a sua função, garantiu Boluarte, durante uma conferência de imprensa.
O Peru atravessa uma crise política e social e tem sido abalado por manifestações desde a destituição do ex-Presidente Pedro Castillo, em 07 de dezembro, que quis dissolver o parlamento para convocar uma assembleia constituinte, criar um governo de emergência e governar por decreto, o que foi interpretado como uma tentativa de golpe de Estado.
Após a detenção de Castillo, que ficará em prisão preventiva de 18 meses decretada por um tribunal, o poder passou para a vice-presidente, Dina Boluarte, mas os protestos e manifestações continuaram, provocando pelo menos 27 mortos e centenas de feridos e detidos, o que levou o novo Governo a decretar o estado de emergência a nível nacional.