Publicada em 09/12/2022 às 09h24
O Presidente iraniano Ebrahim Raisi salientou sexta-feira que os responsáveis por vandalismo e ataques durante as manifestações anti-governamentais serão punidos "estritamente", um dia após a execução de um homem preso nas manifestações de Setembro por causa da morte sob custódia de Mahsa Amini, que foi detido por alegadamente usar o véu incorrectamente.
Raisi prometeu aos familiares dos oficiais mortos durante os protestos que os responsáveis por estes incidentes serão "estritamente identificados e punidos" através dos "canais relevantes". "Embora a sua perda seja muito difícil para todos, o desespero dos inimigos é um grande feito", disse ele.
Ele disse que "os inimigos procuram prejudicar os valores da Revolução Islâmica recorrendo a uma nova guerra combinada, mas a nação iraniana tem resistido a esta conspiração", informou a agência noticiosa iraniana Mehr. "Os inimigos dizem estar a defender as vidas do povo iraniano, mas na prática estão a assassinar inocentes no mausoléu de Shah Cheragh", referindo-se ao ataque de Outubro do Estado islâmico.
As observações de Raisi vêm um dia após a execução de Mohsen Shekari, condenado por ferir "intencionalmente" um segurança com uma faca e bloquear uma rua na capital, Teerão, segundo a agência noticiosa Tasnim. As autoridades iranianas rejeitaram o recurso do advogado do prisioneiro como "não válido nem justificado", pois consideram-no culpado de "crimes de guerra" por bloquear a rua, ameaçar com armas e confrontar oficiais.
A Guarda Revolucionária Iraniana confirmou na semana passada que mais de 300 pessoas foram mortas desde o início dos protestos, o primeiro número oficial de mortos desde que os protestos começaram. O número é inferior ao relatado pelas ONGs, que colocam o número de mortos em mais de 400 pessoas mortas na repressão das forças de segurança.