Publicada em 29/12/2022 às 09h18
A premiê da Itália, Giorgia Meloni, subiu o tom contra o Irã e disse nesta quinta-feira (29) que a postura de seu governo vai "mudar" se o regime dos aiatolás não cessar a repressão contra os protestos pelos direitos das mulheres.
"O que ocorre no Irã é inaceitável, e não pretendemos tolerar mais", afirmou a primeira-ministra em sua coletiva de imprensa de fim de ano, em Roma.
"Sempre tivemos uma postura de diálogo, mas, se as repressões não cessarem, a abordagem da Itália deverá mudar", acrescentou Meloni.
A premiê não deu mais detalhes, porém disse que eventuais procedimentos contra o Irã teriam de ser "objeto de uma interlocução internacional".
O país persa vive em convulsão social desde setembro, quando a jovem Mahsa Amini morreu sob custódia da polícia moral, que a havia detido por suposto uso incorreto do véu islâmico.
Desde então, mais de 500 pessoas já foram mortas em manifestações pelos direitos das mulheres, segundo organizações de direitos humanos.
Nesta semana, o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, convocou o embaixador iraniano em Roma, Mohammad Reza Sabouri, e cobrou o fim da repressão e das execuções de manifestantes.
O Irã é governado desde 1979 por um regime teocrático islâmico de vertente xiita, fruto da revolução que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi, que era bancado pelo Ocidente.