Publicada em 27/01/2023 às 15h27
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta sexta-feira (27) que a resposta global à pandemia de Covid-19 está "mancando" devido à falta de vacinas e tratamentos em muitos países, razão pela qual "muitas redes de saúde continuam sofrendo".
"Estamos certamente em uma posição melhor do que há um ano, quando a variante Ômicron estava em seu pico e 70 mil mortes eram registradas semanalmente", disse ele na abertura da reunião trimestral do Comitê de Emergência Covid-19, que deve decidir se manterá o alerta internacional para a doença.
Durante a reunião anterior do comitê, em outubro, quando foi decidido que seria mantida a emergência internacional declarada desde 30 de janeiro de 2020, "as mortes estiveram próximas do nível mínimo da pandemia, 10 mil por semana", mas voltaram a subir desde dezembro, lembrou Tedros.
Parte dessa nova tendência ascendente, que fez com que as mortes registradas na semana passada chegassem a 40 mil, se deve "ao levantamento das restrições na China, que causou uma onda de mortes na nação mais populosa do mundo", disse o diretor.
Tedros também lamentou que a vigilância e o sequenciamento genético de casos em laboratório tenham sido drasticamente reduzidos no mundo, o que, segundo ele, dificulta o rastreamento de possíveis novas variantes.
Além disso, “a confiança da opinião pública nas ferramentas de controle da Covid-19 — vacinas, tratamentos etc. — está sendo minada por uma torrente contínua de desinformação”, reclamou o chefe da OMS.
A reunião da comissão de especialistas, presidida pelo francês Didier Houssin, emitirá suas recomendações, mas a decisão sobre a manutenção da emergência, como nas reuniões anteriores, caberá ao próprio Tedros, que a tornará pública nos próximos dias, embora a data ainda não esteja definida.
Após mais de três anos de pandemia, 664 milhões de casos de Covid-19 foram oficialmente registrados, e 6,7 milhões de pessoas morreram com a doença — embora a OMS enfatize que são apenas casos confirmados, e os números reais podem ser bem mais maiores.