Publicada em 05/01/2023 às 12h45
O ex-chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozine, disse nesta quarta-feira (4) ter enviado ao presidente francês, Emmanuel Macron, um estilhaço do obus que o atingiu na Ucrânia. Segundo ele, o equipamento foi lançado de um tanque francês Caesar fornecido para Kiev.
O ex-representante da agência russa dirige atualmente um grupo de conselheiros militares que fornecem ajuda tática para as forças separatistas na Ucrânia, chamado "Lobos do Tsar." Ele foi ferido nas costas em dezembro, durante um ataque dos ucranianos a um hotel em Donetsk, no leste do país, que estava sob controle russo. O bombardeio teria deixado diversos mortos e feridos.
Rogozine assegurou que o incidente aconteceu durante uma "reunião de trabalho" em um restaurante do hotel. O canal de TV público russo Rossia 24 afirma que o ex-chefe do Roscosmos estava comemorando seu 59º aniversário com vários convidados. De acordo com o ex-chefe da Roscosmos, após o ataque ele precisou ser operado para retirar um pedaço do obus da sua omoplata direita.
"Crimes de guerra"
Favorável à ofensiva russa na Ucrânia, Rogozine contou que, após o incidente, escreveu para o embaixador francês em Moscou, Pierre Levy.
"Neste envelope, que dentro tem minha carta, você verá um pedaço do obus de uma peça de artilharia francesa de 155mm Caesar", declarou Rogozine em uma carta publicada no Telegram. "Ele perfurou meu ombro direito e foi parar na minha quinta vértebra cervical, a somente um milímetro de distância. Poderia ter me matado ou me deixado inválido", disse.
O bombardeio que feriu o ex-chefe da agência espacial russa também atingiu dois de seus amigos. Na carta, ele pede que o fragmento retirado da sua coluna pelos cirurgiões" seja entregue ao presidente francês. "Ninguém escapará à responsabilidade dos crimes de guerra", acrescentou.
A embaixada francesa em Moscou não comentou o incidente.