Publicada em 30/01/2023 às 09h03
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou ter sido ameaçado com um míssil pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Em entrevista para um documentário da rede britânica BBC, Johnson disse que a ameaça foi feita durante um telefonema entre os dois dias antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
"Ele me ameaçou em um ponto e disse: 'Boris, não quero machucá-lo, mas, com um míssil, levaria apenas um minuto' ou algo assim", relatou Johnson à BBC. "Mas acho que pelo tom muito relaxado que ele estava adotando, o tipo de ar de distanciamento que parecia ter, ele estava apenas jogando com as minhas tentativas de convencê-lo a negociar."
Na ocasião, o então líder britânico tentava convencer Putin a desistir de invadir a Ucrânia, uma ameaça que ele vinha fazendo. O presidente russo já havia enviado tropas à fronteira entre os dois países.
Nesta segunda-feira (30), o governo russo negou as afirmações de Johnson. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o ex-líder britânico mentiu.
As relações entre o Reino Unido e a Rússia já estavam deterioradas na ocasião. Em 2018, o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal na cidade britânica de Salisbury irritou Londres, que acusou o governo de Putin pelo envenenamento e expulsou uma série de diplomatas russos do Reino Unido.
Johnson, que renunciou ao cargo em setembro do ano passado após uma série de escândalos, procurou posicionar Londres como o principal aliado de Kiev no Ocidente. Enquanto estava no cargo, ele visitou a capital ucraniana várias vezes e ligava com frequência para o presidente do país, Volodymyr Zelensky.