Publicada em 23/01/2023 às 08h09
Professor Nazareno*
Lula, o PT e as esquerdas ganharam as últimas eleições presidenciais no Brasil. E até que se prove o contrário, foi de forma honesta, ordeira e pacífica. Durante os próximos quatro anos, portanto, vão governar o Brasil e todos os brasileiros. Acusado de ladrão por grande parte da direita e da extrema-direita, o ex-metalúrgico foi preso “injustamente”, mas saiu da prisão e desbancou nas urnas o candidato reacionário e conservador e a partir de agora é “quem vai dar as cartas” por aqui. Tivesse sido eu o eleito, começaria agora a implantar as mudanças de que o país precisa para se desenvolver e rumar, enfim, para o primeiro mundo. Lula deveria implantar imediatamente o comunismo ou o socialismo em nossa sociedade. Somos uma das nações mais ricas do mundo, mas temos pessoas que passam fome e vivem na miséria quase absoluta, apesar de produzirmos muitas riquezas.
Somos o segundo produtor de alimentos em todo o planeta e maior fornecedor de proteína animal para o exterior. Apesar de termos infinitas outras commodities, ainda há pelo menos 33 milhões de miseráveis em nosso meio. O governo do PT tem que acabar com esta vergonha. E para implantar o comunismo ou o socialismo não precisa “tomar de quem tem e dar a quem não tem” como muitos ingenuamente ainda acreditam. Basta para isso criar políticas macroeconômicas de distribuição das riquezas nacionais. Limitar os ganhos e os lucros exorbitantes das grandes empresas, por exemplo, já seria um bom começo. Óbvio que sempre de forma legal e dentro dos preceitos de uma verdadeira democracia. Lula deveria trabalhar em comum acordo com o Congresso Nacional, o STF, as Forças Armadas e a sociedade produtiva em geral. Todos irmanados pelo bem comum.
A criação de um salário mínimo decente de uns mil euros já seria um bom início. Aqui, paga-se pouco mais de 200 euros enquanto Portugal tem hoje um salário mínimo de quase 800 euros mensais. Lula deveria implantar um socialismo igual ao que se pratica nas principais nações da União Europeia como França, Itália, Espanha e Alemanha. Nada de exploração nem de salários aviltantes como os que temos hoje. Uma classe social não deve jamais trabalhar para enriquecer outra como vemos nesta periferia de capitalismo. A terra devia ter uma função social. Nada de latifúndios improdutivos nem de grandes empresas, bancos, indústrias, empresários, especuladores e banqueiros nadando em dinheiro enquanto a miséria e a fome campeiam. Eu mudaria até a cor da nossa bandeira. Nada de verde e amarelo apenas. Vermelha! Para combinar com o novo tipo de sociedade.
Fosse comigo, todas as Igrejas deveriam ser taxadas e pagariam impostos ao Estado. E de forma justa, quem ganha mais deve pagar mais. Nas escolas de todo o país seria implantado o sistema integral de ensino como é feito nas mais desenvolvidas nações do mundo. Paulo Freire e suas ideias progressistas e humanas seriam difundidos e todos os professores seriam mais valorizados. Assim como também seriam valorizados e reconhecidos muitos outros profissionais voltados à educação e à cultura. O respeito à democracia, aos preceitos da ciência e aos valores e direitos humanos tudo seria incentivado. Os povos originários e outras minorias nacionais teriam sua cultura e vida respeitadas. As Forças Armadas e as polícias estaduais, instituições de Estado e não de governos, garantiriam a nossa paz e a soberania. Sonho: Lula não vai fazer nada isso. Ele é como o Bolsonaro e os outros foram. Apenas uma marionete nas mãos da elite nacional.
*Foi professor em Porto Velho