Publicada em 31/01/2023 às 09h44
Porto Velho, RO – Muita coisa mudou no pequeno lapso temporal entre o último artigo do Rondônia Dinâmica acerca da eleição para a Presidência do Senado Federal.
A imprensa nacional tem tratado a disputa como uma espécie de terceiro turno entre Lula, do PT, e Jair Bolsonaro, do PL. O primeiro destronou o segundo, levando o ex-morador do Alvorada à bancarrota nas urnas.
O militar, então, entrou para História como o primeiro presidente não reconduzido desde a aprovação da reeleição no País, sacramentada em 1997, era FHC.
O escrutínio secreto que será proporcionado no Congresso Nacional imputa a Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, a missão de centralizar as ações da atual gestão, tornado ao Legislativo brasileiro como braço da administração da União, possibilitando trânsito fluído na Casa deliberativa.
Lado outro, Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, surge no horizonte como principal peça de oposição e provavelmente o único capaz de impedir Pacheco de regressar ao assento principal na Câmara Alta.
Regionalmente falando, os rondonienses optam por se posicionarem mais à direita em escolhas de ordem majoritária. Foi assim com Bolsonaro, que recebeu mais de 70% dos votos na seara local.
E muitos preservam ainda a gana de pressionar – ao menos nas redes sociais –, os representantes escolhidos a direcionar seus apontamentos pelo caminho destro no campo ideológico.
Logo, a pressão tem recaído sobre as cabeças de Confúcio Moura, do MDB; Samuel Araújo, ex-PL, atual PSD; e Jaime Bagatolli, do PL.
Tecnicamente, os três já se posicionaram.
O único que não declarou em vídeo – ou áudio – foi Araújo, que, a despeito de não se posicionar abertamente em pronunciamento direto à população, optou por incumbir sua assessoria de dizer à sociedade que rumará com Rogério Marinho.
Bagattoli, que alegou ser vítima de fake news, gravou vídeo dizendo que seu voto é de Marinho, explicitamente, sem dar vazão a dúvidas.
E Moura, o emedebista, já é até criticado por um representante da futura nova Legislatura da Assembleia (ALE/RO) por dizer que será guiado pela vontade da legenda e votará pelo regresso de Pacheco às rédeas do Senado Federal.
Hipoteticamente, dois a um para Marinho, levando em conta votos de Rondônia. Lembrando que a votação é secretada e que as declarações públicas podem não representara os direcionamentos patrocinados às escuras.
No fim, a dúvida só existe porque Samuel é uma incógnita; certeza mesmo só haveria se Marcos Rogério, do PL, que se licenciou para dar lugar a Araújo, estivesse no Plenário para votar no dia 1º de fevereiro. Certamente seu voto seria de Bolsonaro, no caso, para Rogério Marinho.
Como Rogério distanciou-se das funções, um dois a um com a mais absoluta certeza torna-se apenas um possível resultado regional.
E ainda que o dois a um fosse cem por cento sacramentado, o Senado tem outros 78 membros além dos três de Rondônia, o que torna a contenda ainda mais imprevisível.
No fim, o que está em jogo é uma futura terceira derrota, ou não, do bolsonarismo no Brasil.