Publicada em 14/01/2023 às 10h08
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) escutou, até esta sexta-feira (13), 507 bolsonaristas radicais presos durante os ataques terroristas aos três poderes e no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no domingo (8).
O balanço foi divulgado neste sábado (14), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O mutirão começou na quarta-feira (11), atendendo uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com o tribunal, não cabe à Corte decidir quem será ou não solto. A decisão será do ministro.
Ao todo, 1.418 pessoas permaneciam presas até quarta, após serem detidas no acampamento e nos atos terroristas. A relação foi divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF) e publicada às 18h39 desta sexta-feira.
Segundo a Seape, até esta sexta, 904 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda, e 494 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia.
Transferência
O interventor federal da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou, nesta sexta, que os bolsonaristas presos pelos atos terroristas após passarem por audiência de custódia. Segundo ele, o trabalho do TJ deve terminar neste domingo (16).
"O sistema prisional aqui do Distrito Federal tem que absorver os que ficarão", afirma Ricardo Cappelli.
A Penitenciária da Papuda está com quase o dobro da capacidade máxima após a prisão dos bolsonaristas. De acordo com a Seape, o presídio tem 1.176 vagas e, atualmente, estão alocados na unidade 2.139 pessoas.
Já na Penitenciária Feminina há 1.028 vagas. Após as prisões de mulheres suspeitas de terrorismo, o número de detentas ficou em 1.148.
Resumo dos ataques
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Obras de arte e móveis foram quebrados no Planalto. O plenário do STF ficou destruído. Veja fotos e vídeos da barbárie.
Lula decretou intervenção federal para assumir a segurança do DF.
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias, decisão que foi confirmada depois pelo plenário do Supremo.
O coronel que chefiava PM durante ataques em Brasília, Fábio Augusto, foi preso após determinação de Moraes.
Moraes também determinou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Anderson Torres.