Publicada em 27/01/2023 às 14h57
Milhares de pessoas foram às ruas, nesta sexta-feira (27), expressar sua indignação no Paquistão, depois que ativistas de extrema direita profanaram exemplares do Corão na Suécia e na Holanda.
Ao menos 5.000 pessoas marcharam em Lahore, no leste do Paquistão, cantando "Sou o protetor do Corão", ou "O Corão está gravado em nossos corações".
A questão da blasfêmia é extremamente delicada neste país muçulmano, onde mesmo acusações não comprovadas de ofensas contra o Islã podem levar a assassinatos e linchamentos.
Também houve manifestações no Afeganistão, apoiadas pelos talibãs.
O político ultranacionalista e de extrema direita Rasmus Paludan, que tem nacionalidade sueca e dinamarquesa, queimou no sábado (21) uma cópia do livro sagrado muçulmano perto da embaixada turca em Estocolmo, durante uma manifestação autorizada pela polícia sueca.
No dia seguinte, um oficial holandês do movimento islamofóbico Pegida rasgou várias páginas do Corão e pisou nele perto do Parlamento holandês.
Ambas as ações foram condenadas por países muçulmanos.
A Turquia se recusou a continuar as negociações de adesão da Suécia e da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
As autoridades suecas condenaram um ato "profundamente desrespeitoso" e expressaram sua "simpatia" aos muçulmanos.