Publicada em 27/01/2023 às 16h05
Ao suspender o abate de bovinos, em Paiçandu, na região noroeste do Paraná, demitindo 800 funcionários, o Frigorifico Big Boi, escancarou uma crise pela qual atravessa a indústria de carne no Sul País, que a um bom tempo vem consumindo o produto rondoniense nos principais restaurantes e churrascarias, adquiridos por preços que variam entre 16 e 20% abaixo do valor real, por que indústria de carne sulista vem encontrando dificuldade para encontrar matéria-prima, o boi conforme relata o empresário rondoniense do setor Leonel Bertolin.
Lá no Paraná o presidente do Sindicarne, Ângelo Setim, lembra que a questão sanitária declarando o Paraná livre de febre aftosa, com grande parte dos animais abatidos tinham origem no vizinho estado de Mato Grosso do Sul e agora não podem adquirir os animais lá, por questões sanitárias. O Paraná, como Rondônia e outros estados da federação enfrenta o excesso de taxas cobradas pelos governos estaduais para movimentar as atividades em pequenas propriedades rurais.
A ideia por lá, é que sejam adquiridos bezerros em Rondônia e no Acre, estados que já conquistaram o status de livres de febre, numa ampla negociação com a participação dos governos estaduais desburocratizando o processo, partindo da origem com cargas lacradas.
Cenário favorável a Rondônia
Para o ex-secretário de Agricultura, Evandro Padovani, o cenário para Rondônia e Acre abastecer o Paraná comercializando bezerros em cargas lacradas é favorável dentro de uma estratégia positiva. Até 2026 o Governo federal projeta regularizar todo o sistema sanitário bovino, então 2023, será um ano de muitos solavancos na bovinocultura e de 2024 em diante será positivo.
Na outra ponta da linha do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (FAPERON) Hélio Dias, acentua que este estado possui 1,7 milhões de cabeças de bezerros entre 7 e 12 meses que podem ser ofertados aos pecuaristas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por preços convidativos desde que o governo de Rondônia, reduza as taxas de ICMS de 12 para 2,4% sobre a venda do gado, e, todos sairiam ganhando.
Não é uma equação simples, o mercado da carne está passando por dificuldades, com as barreiras sanitárias e falta de matéria-prima reconhece o pecuarista e empresário do ramo de frigoríficos Leonel Bertolin. Para ele, este é um tema que tem que ser avaliado com carinho neste cenário que o preço da carne está alto e os pecuaristas necessitando de ajuda. Talvez a crise da carne no Paraná traga uma luz no fundo do túnel.