Publicada em 07/01/2023 às 08h58
O preço da carne de Rondônia agrada os consumidores no sul do País
Por que o preço mais barato, entre 15 e 20% da carne produzida em Rondônia chama atenção dos consumidores no Sul do País, principalmente aqueles que adoram degustar um produto de boa qualidade em grandes restaurantes e churrascarias, uma picanha, costela ou fraldinha? A resposta é simples: Pelas questões ambientais, impostas pelos países importadores que não aceitam o produto oriundo de áreas consideradas como desmatamentos ilegais.
Um salto no tempo revela com clareza, o por que desta aceitação do produto rondoniense numa região que produz animais de elite, os chamados rebanhos confinados, enquanto que em Rondônia, o boi é criado solto pastando capim verde em campo aberto, nas coxilhas. Em 2008, o Brasil assinou o protocolo internacional do clima, se comprometendo a cumprir as metas ambientais juntamente com outras nações firmadas naquele documento. No entanto, em 2019, o governo de Jair Bolsonaro se afastou dos cumprimentos destes compromissos. Com o afastamento, então, o Fundo Europeu que mantem os recursos ambientais na Amazônia fora suspenso.
Com o afastamento do Brasil, veio assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), entre o Ministério Público Federal e as indústrias frigorificas exportadoras de matérias de origem animal, com algumas restrições para a bovinocultura produzida na Amazônia, e, por via de consequência em Rondônia provocando impactos na economia regional. Paralela à pandemia os reflexos de todos os embates ambientais, técnicos e jurídicos sobraram para os produtores rurais.
Os impactos destes episódios mal conduzidos, por interesses com certeza contrários aos dos produtores rurais que no final das contas tornaram-se na região Amazônica e Rondônia as maiores vítimas, com prejuízos incalculáveis se levarmos em conta que em 2021, arroba do boi gordo em Rondônia fora comercializada em média por R$ 330,00 e na atualidade os frigoríficos oferecem R$ 230,00, pelo mesmo produto com a mesma qualidade e sanidade, conforme avalia o pecuarista Wilson Dias.
Muitos fatores como logística, ausência de uma política voltada para setor produtivo, aliás, isso não é novidade vem afetando aos pecuaristas regionais.
Regularização fundiária
No próximo dia 20 organizado pela Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (FAPERON), está agendada uma reunião com os representantes da bancada federal do estado no Congresso Nacional, pecuaristas, sindicalistas, representantes do governo do estado e Assembleia Legislativa para tentar encontrar uma saída para a regularização fundiária no estado de Rondônia. De acordo com Wilson Dias, pecuarista e organizador do evento, essa é uma questão complexa que se resolve com muito dialogo ouvindo todas as partes, inclusive o governo federal.
Um relatório preparado pela Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (FAPERON), está sendo enviado para os representantes do estado em Brasília. Calcula-se que mais de 70 mil propriedades rurais neste estado estão sendo exploradas irregularmente. A direção da FAPERON, teme que a violência no campo pode se acentuar com sérios reflexos para os pequenos e médios produtores rurais.
Preocupante
As fortes chuvas que atingiram o estado de Rondônia na última semana deixaram os produtores de soja que semearam as lavouras um pouco antecipadas preocupados, pois, o solo encharcado e os grãos úmidos podem causar prejuízos no momento da colheita. No município de Porto Velho a projeção é de que a colheita comece entre 15 e 20 de janeiro, já em outras regiões, onde os grãos do produto já estão maduros o risco de prejuízos é mais acentuado.