Publicada em 16/01/2023 às 14h57
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, prometeu, nesta segunda-feira (16), adotar medidas para enfrentar a corrupção e a interferência estrangeira na instituição, abalada por um escândalo que, segundo relatos, envolve Catar e Marrocos.
"Vamos promover medidas que fortalecerão a luta contra a corrupção e como podemos rejeitar a interferência estrangeira", disse Metsola em relação ao escândalo.
Na opinião de Metsola, "os acontecimentos (...) levaram à necessidade de reconstruir a confiança dos cidadãos europeus que representamos".
Em dezembro, uma investigação da justiça belga levou à prisão da eurodeputada grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento, e de uma influente ex-deputada italiana, além de outros dois italianos.
Todos foram acusados de "pertencimento a uma organização criminosa", "lavagem de dinheiro" e "corrupção", após receberem pagamentos em dinheiro para defender os interesses do Catar no Parlamento. Grécia e Itália lançaram suas próprias investigações.
O emirado nega enfaticamente qualquer envolvimento em atos de corrupção. O mesmo vem sendo feito pelo Marrocos, outro país citado nas denúncias.
Kaili, que permanece detida, foi removida do cargo de vice-presidente e seu substituto será escolhido na quarta-feira. Os candidatos serão anunciados na véspera.
Em um discurso feito na segunda-feira na primeira sessão plenária do ano do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Metsola insistiu que a reação ao escândalo está apenas começando.
"Este é o início, não o fim", afirmou, ao acrescentar que iniciou discussões com todos os grupos políticos representados na instituição para definir "medidas que possam ser implementadas rapidamente".
Em sua visão, é fundamental melhorar a integridade e a independência do poder legislativo europeu.
Os eurodeputados pedem, por sua parte, firmeza na reação da instituição.