Publicada em 07/01/2023 às 10h28
As eleições municipais, quando serão reeleitos prefeitos e vereadores estão a menos de dois anos. Em Rondônia a mobilização já é grande em torno da sucessão municipal na capital, onde quase uma dezena de nomes já estão sendo cotados para substituir o prefeito Hildon chaves (UB), que foi reeleito em 2020 e está fora da disputa pelo comando político municipal em 2024.
Não vamos citar nomes, porque são muitos e para não correr o risco de deixar alguém fora da lista, mas podemos garantir, que hoje, ao menos nove estão em condições de concorrer à sucessão municipal em 2024, boa parte em condições de sucesso e que dependerá muito de um bom projeto, trabalho e determinação.
A filiação de Chaves ao União Brasil, que foi eleito e reeleito pelo PSDB não foi por acaso. O mesmo pode se dizer da deputada estadual eleita com 24.677 votos, a segunda mais bem votada do Estado, esposa do prefeito da capital, Yeda, que concorreu pelo União Brasil, partido presidido no Estado pelo governador-reeleito, Marcos Rocha.
O futuro prefeito de Porto Velho deve montar um Plano de Governo ousado, como em 2004 apresentou o candidato Oscar Andrade (PL), que não chegou ao segundo turno, priorizando o saneamento básico com 100% de água e esgoto tratado nos 4 anos de governo. A mesma empresa que tinha apresentado a proposta para Oscar Andrade firmou contrato com o prefeito de Belo Horizonte, eleito na época, e realmente conseguiu cumprir o que prometeu nos 4 anos de governo.
Porto Velho é uma cidade onde prevaleceram as invasões, por isso cresceu de forma desordenada. Até hoje não se tem água tratada em 100% das residências. Na área central, os moradores recebem água potável, dia sim, dia não, mesmo com a riqueza de córregos, rios e igarapés que cortam o município. O pouco da rede de esgoto (cerca de 3%) na área central é obra dos ingleses na criação da cidade e a “estação de tratamento”, o rio Madeira.
Qualquer candidato que pretenda concorrer a prefeito de Porto Velho tem que priorizar o saneamento básico, que não é um problema somente da capital, mas da maioria das cidades do interior. Estamos em pleno século 21 e a nossa capital não conseguiu resolver o problema no segmento.
Assim como Hildon conseguiu pavimentar e recapear boa parte da malha viária de Porto Velho, o próximo prefeito deve priorizar o saneamento básico, problema crônico da população, além de apresentar um plano de industrialização de ao menos um pouco do muito que produzimos como a soja e o milho.
Porto Velho tem um Distrito Industrial, que nunca conseguiu se firmar. Foram doados terrenos e oferecidas uma infraestrutura razoável na área, mas a industrialização não se firmou na capital. Nem mesmo uma indústria de óleo de soja existe no local.
Os candidatos a governar a capital a partir de 2025 devem focar seus planos de governos, viáveis, lógico, na melhoria da qualidade de vida dos moradores. Além do saneamento básico, que é fundamental para uma cidade que tem mais de 100 anos, industrialização, mobilidade urbana, trânsito organizado, fiscalizado, orientado devem constar das ações futuras.
O município tem muitos problemas, porque é enorme, maior que vários estados e países. Somente em estradas vicinais, são mais de 7 mil quilômetros, uma viagem de ida e volta de Porto Velho ao Norte do Paraná.
Muita gente não sabe, mas a capital de Rondônia é o maior produtor de carne bovina do Estado. O porto graneleiro, no rio Madeira, exporta a maior parte dos grãos (soja e milho) produzidos no Estado. É uma cidade difícil de ser administrada e que exige organização, determinação, trabalho e conhecimento de administração pública.
O eleitor deve analisar com muita atenção as propostas dos futuros candidatos, boa parte deles de jovens, mas políticos experientes, que já passaram pela vereança, Assembleia Legislativa, Câmara Federal e até pela prefeitura. A expectativa é de uma eleição muito equilibrada e com ao menos seus deles em condições de vitória.
Votar é fundamental, mas é importante analisar com o máximo de critério, o que os candidatos oferecem em seus planos de governo e a viabilidade da sua aplicação. As propostas devem ser claras, objetivas, além da garantia de recursos financeiros, através do orçamento anual, pois administração pública é muito diferente da privada.