Publicada em 24/01/2023 às 09h32
Mais de 500 funcionários do setor de alta tecnologia, um dos principais setores econômicos de Israel, protestaram nesta terça-feira (24) em Tel Aviv contra um projeto de lei polêmico para reformar o sistema judicial que, segundo eles, ameaça a democracia, observaram jornalistas da AFP.
"Sem democracia não há alta tecnologia", diziam os cartazes na esplanada de Sarona, perto de um dos distritos comerciais da cidade, onde uma centena de empresas convocou uma greve de uma hora entre 11h00 e 12h00 (06h00-07h00 no horário de Brasília).
O ministro da Justiça, Yariv Levin, anunciou este mês um projeto de lei para reformar o sistema judicial com o objetivo de aumentar o poder dos funcionários eleitos sobre o Judiciário.
Esta reforma inclui a chamada "cláusula de anulação", que permite ao Parlamento anular decisões do Supremo Tribunal por maioria simples de votos, e a modificação do processo de nomeação judicial.
Segundo seus críticos, a reforma, que deve ser apresentada ao Parlamento em data não determinada, põe em risco o caráter democrático do Estado de Israel.
No sábado, dezenas de milhares de israelenses se manifestaram em Tel Aviv, Jerusalém e Haifa (norte de Israel) para expressar sua rejeição à política do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que temem que leve a uma deriva antidemocrática.
Israel é um importante centro de inovação em alta tecnologia e empresas de defesa cibernética, tecnologia da informação e sistemas de vigilância. O setor emprega mais de 10% da mão de obra nacional.