Publicada em 03/01/2023 às 16h06
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão preparando "uma resposta coordenada e eficaz para uma série de cenários, incluindo o uso de arma nuclear pela Coreia do Norte", informou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca nesta terça-feira (3).
A fonte esclareceu, porém, que esses preparativos não incluiriam "exercícios nucleares conjuntos", já que a Coreia do Sul não está equipada com armas atômicas.
"Os Estados Unidos estão totalmente comprometidos com a aliança com a Coreia do Sul e proporcionam ao país uma ampla capacidade de dissuasão", afirmou.
Os comentários foram feitos após o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, dizer que o "guarda-chuva nuclear" americano e sua "dissuasão aprimorada" já não eram suficientes para tranquilizar seu país diante das ameaças da Coreia do Norte.
Em Seul, o gabinete de Yoon afirmou em comunicado que os dois governos estão "em discussões para troca de informações, planejamento e implementação conjunta em relação à operação de ativos nucleares dos Estados Unidos em resposta às armas nucleares da Coreia do Norte".
As declarações de Washington e Seul são direcionadas ao líder norte-coreano, Kim Jong Un, que no último domingo pediu um "aumento exponencial do arsenal nuclear da Coreia do Norte".
Por sua parte, o Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte anunciou que o país "desenvolverá um novo sistema de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), cuja principal missão será um contra-ataque nuclear rápido", de acordo com a agência de notícias oficial KCNA.
Um funcionário americano do alto escalão reconheceu que "as ações e declarações da Coreia do Norte são motivo de preocupação crescente".
Ele também afirmou que os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão "trabalhando juntos para reforçar" a postura de dissuasão, o que implicará "simulações" sobre a resposta a um ataque nuclear norte-coreano.
O Pentágono é muito claro sobre sua "postura nuclear". Um documento que estabelece as normas para o uso de armas nucleares indica que "qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra os Estados Unidos ou seus aliados e parceiros seria inaceitável e significaria o fim do regime".
"Não há hipótese de que o regime de Kim possa sobreviver ao uso de armas nucleares", acrescenta o documento.
Seul e Washington afirmam que Pyongyang está se preparando para um novo teste nuclear em breve, o que seria sétimo em sua história e o primeiro desde 2017.