Publicada em 15/02/2023 às 09h19
Porto Velho, RO – O UNIFEC (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apresentou o “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil”.
O levantamento indica, antes de apresentar seus marcadores, que no País 32 milhões de crianças e adolescentes vivem na pobreza.
O levantamento, além de mapear as múltiplas dimensões da pobreza (alimentação, renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação), “categoriza as privações em intermediária (acesso ao direito de maneira limitada ou com má qualidade) e extrema (sem nenhum acesso ao direito), de acordo com critérios como faixa etária, dados disponíveis e legislação do País”.
Rondônia surge inicialmente no mapa da desigualdade regional onde são apresentados dados envoltos a crianças e adolescentes com alguma privação em 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PENAD Contínua).
A unidade federativa, no quesito, surge com 93,2%, em vermelho, uma das cinco mais desiguais do Brasil, à frente apenas do Amapá (94,7%); Piauí (94%); Maranhão (93,9%); e Pará (93,3%).
“Grande parte da privação dos direitos pode ser reflexo direto das condições econômicas regionais, com crianças e adolescentes abaixo da linha de pobreza monetária vivendo em estados com menor PIB per capita. Os dois mapas desta página apresentam dados que permitem entender melhor o impacto da renda na pobreza multidimensional. O primeiro mostra o percentual de crianças e adolescentes privados(as) de algum dos direitos listados anteriormente, incluindo rendimento (dimensão renda)”, anota a UNICEF.
Que prossegue:
“O segundo [abaixo] expõe o percentual de crianças e adolescentes privados(as) de pelo menos um dos direitos listados anteriormente, exceto renda. A comparação entre os mapas evidencia que os percentuais de privações não monetárias (segundo mapa) são mais baixos que os de privações que incluem renda (primeiro mapa) em todos os estados. Porém, a disparidade regional também é significativa no que se refere às privações não monetárias. Três estados, Amapá, Piauí e Rondônia, têm níveis acima de 90%, enquanto apenas São Paulo e Distrito Federal apresentam um percentual abaixo de 30%”, sacramenta.
No item “Trabalho Infantil”, o estudo avalia que no Brasil, “mais de 2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos exerciam algum tipo de trabalho infantil em 2019”.
E também que “Persistem ainda as desigualdades regionais. Em geral, estados da região Norte apresentaram percentuais significativamente mais altos de trabalho infantil. Em 2019, a proporção de crianças de 10 a 13 anos em privação intermediária ou extrema chegou a 16,8%, no Amapá, e 12,5%, em Rondônia”.
Em termos de saneamento básico, o estado está também entre unidades federativas com os índices mais precários.
“Quando se analisa o acesso a banheiro e rede de esgoto nos diferentes estados, nota-se que os índices de privação são maiores no Norte e Nordeste. Com 91,1%, 85,6% e 84% de privações, respectivamente, Piauí, Amapá e Rondônia são os estados que apresentam os índices mais precários. Na outra ponta está São Paulo, com 9,8% da população de crianças e adolescentes de até 17 anos privados desse direito”, encerra.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO ESTUDO: