Publicada em 21/02/2023 às 09h01
Porto Velho, RO – Desde que se licenciou de suas funções no Senado Federal, o congressista afastado, Marcos Rogério, que se diz orgulhoso de ser chamado de “pit-bull de Bolsonaro”, desapareceu, em termos.
Ao menos socialmente falando, quando o assunto são as opiniões lançadas por autoridades em plataformas como Facebook, Twitter, Instagram e demais aplicativos de comunicação, enfim, o aliado do ex-mandatário do Planalto deixou de entrar em “bolas divididas”.
Por enquanto o Estado de Rondônia tem Samuel Araújo, do PSD, como representante temporário no Senado Federal em seu lugar, embora “apagado”, remontando, mais ou menos, a época em que Maria Eliza de Aguiar e Silva substituiu Confúcio Moura, do MDB, em 2021.
Araújo não parece se importar muito com mostrar suas predileções políticas ainda que cisque aqui e ali acenando lá e cá, como quando se juntou para tirar foto com Magno Malta (PL-ES) e outros adeptos da campanha pela eleição de Rodrigo Marinho (PL-RN), quando amargou seu primeiro revés em Brasília.
Porém, voltando ao congressista licenciado, na realidade Rogério saiu de cena porque a soberba o levou à lona em 2022. Ancho, cheio de si, encampou uma batalha à qual jamais teve chance de vencer, beijando o chão tanto no primeiro quanto no segundo turno nas eleições do ano passado.
A bajulação patrocinada por membros de determinada “bolha” lustrou demais sua vaidade, e a verborragia de seu discurso lhe preencheu a existência, tomando corpo e assumindo sua postura e os discursos ideológicos.
O hiato serve, então, como um divórcio. Está mais que claro que Rogério não quer assumir a massa falida do bolsonarismo ainda que em Rondônia. A ideia que passa é a de querer dar um “reset” na fama, começar do zero, regressar no ponto em que uma autoridade independente, sem sombra para se resguardar.
Não ocorrerá.
Entretanto, há quem queira herdar. Novato, o pecuarista Jaime Bagatolli vai se esgueirando, assumindo aos poucos o cargo extraoficial que até outrora era do colega.
E é inteligente que o faça, porque, diferentemente de Rogério, que era de esquerda, membro do PDT, e de maneira conveniente se tornou o direitista mais contumaz no cenário nacional, o pecuarista fora forjado no campo destro do tabuleiro.
Ele já “nasceu” para o público como bolsonarista, logo quaisquer defesas que faça não serão contaminados com incoerências, neste sentido ao menos.
Apesar da decadência da vertente social, político-ideológica, Rondônia preserva um eleitorado com mais de 70% referendando o antigo morador do Alvorada.
O sumiço de Rogério não espanta. Seu histórico demonstra suas mudanças de comportamento conforme o vento. Bagattoli pode se aproveitar disso para se firmar na política rondoniense.