Publicada em 23/02/2023 às 15h10
O espaço aéreo que permite acesso ao território yanomami, localizado em Roraima, será completamente fechado até 6 de abril, para marcar, assim, a ação de combate ao garimpo ilegal na região. Essa é a meta estabelecida pelo governo federal durante reunião, nesta quinta-feira (23), entre os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, Múcio Monteiro.
A previsão anterior do fim das operações conjuntas para interromper o garimpo ilegal nas Terras Yanomami era 6 de maio, mas a data foi antecipada. Segundo Monteiro, o fechamento dos corredores por onde os aviões pousam tem como objetivo "desincentivar e desestimular o garimpo". Ele estima que, com a intervenção policial que vem sendo feita na área, os voos ilegais foram reduzidos de 30 a 40 para cerca de 1 ou 2.
O ministro Flávio Dino afirmou que, além do fechamento do espaço aéreo, a Polícia Federal realizará uma nova fase da operação, com foco no fim dos garimpos ilegais, a partir da próxima semana. "Identificamos as áreas em que ainda há operações de garimpo, onde há apoio a essas operações ilegais. Serão alvo, nos próximos dias, de ações da PF", afirmou o ministro.
Indígenas da etnia Yanomami receberam atendimento das Forças Armadas Brasileiras nesta quarta-feira (1º), no município de Alto Alegre, em Roraima, no combate à pandemia de covid-19.
Segundo Dino, o número de pessoas que atuam na ilegalidade saiu de cerca de 15 mil para menos de 1.000.
A Defesa e a Justiça, em conjunto, vão ampliar essas ações em março. E até 6 de abril teremos o fim da atividade ilegal no território yanomami e novo fechamento dos corredores para que, com isso, tenhamos a conclusão da desintrusão no território
As ações da Polícia Federal para acabar com o garimpo ilegal em terras yanomamis começaram em 10 de fevereiro, com a Operação Libertação. "Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime, com foco na inutilização da infraestrutura usada para a prática do garimpo ilegal, bem como a materialização de provas da atividade criminosa", resumiu a corporação.
O garimpo ilegal e a ausência de medicamentos e políticas de saúde agravam a situação da comunidade de 30 mil habitantes, localizada no meio da floresta amazônica. A Terra Indígena Yanomami tem registrado casos graves de desnutrição e de malária. Diante do cenário, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública de importância nacional na região.