Publicada em 08/02/2023 às 14h44
O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, afirmou nesta quarta-feira (8), ao tomar posse, que a corporação não vai "compactuar" com investidas contra a democracia brasileira.
"A PRF, como órgão de Estado, não tem partido e não irá compactuar com qualquer investida contra a democracia", afirmou.
Durante o discurso, Oliveira fez ainda referência aos ataques às sedes dos Três Poderes, que completaram um mês, que classificou como "um dos episódios mais deploráveis" do Brasil.
"Resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra. Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo são imprescindíveis para a nação", declarou.
No último ano, a atuação da PRF foi questionada em razão de operações em rodovias no país durante o segundo turno das eleições, que foram apontadas como uma tentativa de barrar a ida de eleitores às urnas.
"À PRF, cabe a missão de garantir a livre circulação, a segurança pública, e de levar ordem e cidadania a milhares de municípios às margens das rodovias", acrescentou o novo diretor-geral.
Perfil
Antônio Fernando Oliveira é policial rodoviário federal desde 1994, advogado, pós-graduado em direito tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa – UAL.
Seu nome foi anunciado em dezembro pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. A parceira com o ex-governador do Maranhão é longa. Fernando Oliveira foi convidado por Dino para ser um dos assessores do gabinete de apoio em São Luís (MA) do único mandato do agora ministro da Justiça como deputado federal.
Sob o comando de Dino, no governo maranhense, assumiu a Assessoria de Planejamento do Departamento de Trânsito do estado. Em 2021, ao receber o título de cidadão honorário de São Luís, disse que "sempre" militou "à esquerda".
Ele não foi, porém, a primeira opção do ministro. Flávio Dino havia anunciado a escolha do policial rodoviário federal Edmar Camata.
Camata foi descartado após críticas da militantes de esquerda. O PRF havia feito postagens em redes sociais comemorando a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarando apoio à Operação Lava Jato.