Publicada em 25/02/2023 às 09h34
Porto Velho, RO – Os ex-deputados federais Léo Moraes, do Podemos, e Mariana Carvalho, agora no Republicanos, envelheceram na política. Afagados por boa parte da fatia regional da imprensa até há pouco, denominados como jovens, inclusive, a dupla, que rompeu a casa dos 35 anos, chegou à fase da maturidade representativa exercendo o ofício na prática, de forma quase ininterrupta.
Quase.
Ambos foram à lona eletiva quando resolveram tirar suas respectivas cabeças “para fora do casco”, arriscando um passo maior do que a perna.
Mariana queria o Senado, mas fora “atropelada” pelo pecuarista Jaime Bagattoli, do PL, bolsonarista raiz, digamos assim. E parte disso se deve à mutação abrupta da ex-tucana que, de repente, quis se mostrar como a maior direitista do Brasil, “se fantasiando” até mesmo de “Véio da Havan” a fim de atrair a simpatia da ala destra.
Como o conservadorismo já tinha seu representante com toda a força do agronegócio rondoniense, pujantíssimo, diga-se de passagem, ela, assim como Marcos Rogério, também do PL, deixou de contar com o voto de pessoas mais moderadas, do centro à esquerda. E foi fulminada no tabuleiro.
Seu único hiato representativo antes da última derrota foi em 2012, quando abriu mão da recondução à vereança de Porto Velho a fim de disputar eleições para o comando do Executivo municipal. Ficou em terceiro lugar já no primeiro turno, ultrapassada por Mauro Nazif, do PSB, e Lindomar Garçon, do PV. Nazfi se tornou prefeito batendo Garçon na segunda etapa do pleito.
Moraes, lado outro, também não sabia o que era ficar sem mandato desde a época de vereança na Capital, quando atingido pelos holofotes ao relatar o processo de cassação dos pares envolvidos na malfadada Operação Apocalipse.
Suas deliberações pela perda dos mandatos dos indivíduos foram rechaçadas à ocasião pelos vereadores em 2013.
A partir daí foi galgando postos, da edilidade pulou para à Assembleia (ALE/RO); e se tornou congressista em 2018.
O revés ficou por conta da disputa com Hildon Chaves em 2016. O ex-promotor que nasceu politicamente no ninho tucano o desbancou tanto no primeiro quanto no segundo turno.
Como Léo era deputado e as eleições para a função ocorreriam só dois anos depois, sua cadeira foi mantida no Legislativo estadual.
Já o professor universitário Vinícius Miguel é uma espécie de terceira via que ainda não teve a chance de se firmar na política local, embora seu cartão de visitas tenha sido surpreendente e relembrado até hoje, quando, na estreia em 2018, extrapolou a linha dos 110 mil votos. Na cidade das Três Caixas d’Água, foi imbatível na rodada inicial.
O advogado disputou eleições também em 2020, quando ficou em terceiro lugar concorrendo pela sucessão de Chaves à Prefeitura de Porto Velho. Saiu da disputa também em terceiro lugar, atrás de Cristiane Lopes e de Chaves, reeleito.
Sua última participação foi em 2022, quando tentou uma vaga para a Câmara Federal. Apesar dos mais de 10 mil votos alcançados, ficou fora da lista de eleitos.
No interim, entre 2020 e 22, Miguel chegou a comandar a Superintendência Municipal de Integração e Desenvolvimento Distrital (SMD) e foi titular da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (SEMAGRIC), ambas as funções exercidas no decorrer do segundo mandato de Hildon Chaves.
Aos 39, Cristiane Lopes, que chegou ao ápice – até agora –, da carreira política, também é um nome fortíssimo para a sucessão na Capital.
Com disposição de sobra e assinalando ao eleitorado conservador de Rondônia com discursos e textos religiosos enviesados, a congressista deu um salto de vereadora à função de representante da bancada federal rondoniense entre os anos de 2016 e 2022.
Sempre foi muito bem votada, e chegou a ser adjunta da Educação (SEDUC/RO) já na gestão Coronel Marcos Rocha, do União Brasil.
Foi eleita vereadora em 2016, com mais de 2,8 mil votos; dois anos depois, se tornou suplante de deputada federal, isto com mais de 20,3 mil votos; em 2020, deu dor de cabeça à campanha de reeleição de chaves, chegando ao segundo turno batendo mais de 31 mil votos. E finalmente chegou à Câmara dois anos depois quando ultrapassou os 22,8 mil votos.
Apesar de tudo, recém avançados pela faixa da meia-idade, nomes como Mariana Carvalho, Léo Moraes, Vinícius Miguel e Cristiane Lopes preservam a energia de quem chegou há pouco na fase adulta, mas com bagagem significativa para operar uma cidade complexa como Porto Velho.
Claro que há raposões no jogo. E existe ainda o fato de que Hildon chaves testará sua popularidade lançando um nome de sua confiança para sucedê-lo.
Lado outro, se Administração Pública exige reciclagem, talvez seja o momento de a sociedade começar a pensar mais numa safra menos antiga, com ideias arejadas, no intuito de fazer com que a Capital evolua e seja estruturada da maneira com a qual seu povo sempre sonhou.
Falta colocar nessa pesquisa de surgimento o deputado estadual Marcelo Cruz. Ele também vem de um currículo político muito bom ótimo deputado que visa sempre melhorar nosso estado . Segundo mais bem votado em Porto Velho -RO. Merece está nessa lista .